Secretaria Municipal de Cultura
Dicas de Leitura - Vacinas (parte 1)
As Barricadas da saúde: vacina e protesto popular no Rio de Janeiro da Primeira república - Leonardo Affonso de Miranda Pereira
Imagine o leitor uma cidade assolada por doenças contagiosas e letais; uma população assombrada por um mal, chamado varíola, que criava bolhas no corpo infectado por um vírus, causando febre e dor. Mas eis uma descoberta científica: doença animal cura seres humanos! Micróbios extraídos de animais infectados por doença similar à varíola dão origem a uma vacina. Era preciso apenas inventar uma medida para aplicá-la no corpo dos moradores da cidade. Obrigar toda a população a se vacinar, ou melhor, a ser vacinada, foi o que um decreto pretendeu. Afinal, quem se oporia a se submeter a uma medida que visava combater mal tão generalizado? Mas generalizada também foi a reação contra o decreto. Revoltosos enfrentaram a polícia com paus, pedras e tiros, atacaram lampiões e bondes, ergueram barricadas, dezenas deles morreram, foram feridos e presos. Esses fatos não ocorreram em uma fábula aterrorizante, mas na cidade do Rio de Janeiro, em dias de novembro de 1904. Narrados e interpretados em profundidade por Leonardo Pereira, este livro desvenda os sentidos de uma revolta contra 'princípios elementares da caridade e da humanidade', conforme anunciavam os arautos da ciência. É sob o rigoroso escrutínio que Leonardo submete (e subverte) análises sobre a revolta da vacina, oferecidas desde o seu nascedouro até mais elaboradas interpretações de historiadores.
Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi - José Murilo de Carvalho
1888: Abolição do trabalho escravo. 1889: Proclamação da República. Neste livro, José Murilo de Carvalho convida-nos a revisitar o Rio de Janeiro em suas primeiras encenações como Capital Federal. Cidade Maravilhosa, se acrescentarmos ao belo, o terrível; ao cômico, o trágico; à lógica, a loucura. Cidade mais que imperfeita, palco de políticas oficiais e invisíveis, de enredos conhecidos e mistérios insolúveis. História social e literária, antropologia urbana, crítica cultural, análise política: o autor atravessa com brilho todos esses campos para reconstruir de forma originalíssima os impasses de uma República nascente, que teimam em perturbar ainda o sono das elites brasileiras.
Os Bestializados de ontem e de hoje são a face oculta de nosso modernismo: a cidade permaneceu alheia e atônita, buscando perdidamente seus cidadãos. (Capítulo 4 “Cidadãos ativos: a revolta da vacina”).
Cidade febril: cortiços e epidemias na Corte imperial - Sidney Chalhoub
No fim do século passado, os cortiços do Rio de Janeiro eram a preocupação número um dos higienistas. Um estudo sobre as políticas de saúde pública da época e sobre as concepções populares de doença e cura. Tomando como ponto de partida a cidade do Rio de Janeiro e a demolição de seus cortiços, passando pelas polêmicas entre infeccionistas e contagionistas em torno da transmissão da febre amarela e pela resistência das comunidades negras à vacina antivariólica, Sidney Chalhoub escreveu uma "história na encruzilhada de muitas histórias”. De forma apaixonante e extremamente bem-humorada, Cidade febril reinterpreta esses e outros conflitos à luz da história social. O resultado é uma obra riquíssima, que mapeia a formação das políticas de saúde pública no Brasil, as quais, longe de se limitarem ao século XIX, até hoje influem em nosso cotidiano com força assustadora. - Prêmio Jabuti 1977 de Melhor Ensaio.
Imunidade: germes, vacinas e outros medos - Eula Biss
Eula Biss quase morreu no parto do seu primeiro filho. Confrontada com a fragilidade da vida, ela tornou-se obcecada com assuntos relacionados à saúde, em especial aqueles envolvendo o recém-nascido. Imunidade é o resultado dessa pesquisa, um livro pessoal e esclarecedor. Mistura de ensaio pessoal, história cultural e investigação científica, o livro – ao estilo de Susan Sontag e Andrew Solomon – une entretenimento, esclarecimento e qualidade literária.
O lado desconhecido das vacinas - Rui Nogueira
Com uma perspectiva voltada a assistência de comunidades carentes ao longo de sua carreira, o clínico traz para o leitor - profissional da saúde ou leigo - pareceres coletados durante todo o seu estudo e experiência acerca da forma como a vacina é utilizada e como, sob seu ponto de vista, e tratada pela indústria farmacêutica e pelo governo brasileiro. Por meio da comparação do calendário nacional de vacinação e de algumas bulas, o autor questiona o uso excessivo de vacinas em determinados casos, assim como seus respectivos efeitos colaterais e o lucro obtido com as vendas desse modo de imunização. E assim, O Lado Desconhecido das Vacinas convida os leitores a uma reflexão sobre um universo mais amplo em relação às vacinas e não apenas aquele divulgado na mídia.
Louis Pasteur: suas experiências com micróbios produziram a maior revolução na medicina, em todos os tempos - Beverley Birch
As experiências de Louis Pasteur com micróbios produziram a maior revolução na medicina, em todos os tempos. Na metade do século 19, um jovem cientista francês chamado Louis Pasteur iniciou uma investigação que literalmente mudaria a história da medicina. Antes de Pasteur, centenas de milhares de pessoas morriam sem sequer saber por quê, famílias inteiras desapareciam com as epidemias de cólera, tifo e peste bubônica. Mortes por tuberculose, pneumonia, difteria e sífilis eram comuns. Mães morriam de parto e era também normal uma família enfrentar a tragédia de perder dois ou três filhos antes de atingirem cinco anos. Os médicos não tinham ideia das causas desses males nem podiam fazer qualquer coisa para curá-los ou preveni-los. Pasteur encontro a resposta e demonstrou o imenso papel que os micróbios desempenham em nossas vidas, para o bem e para o mal. Provando sua teoria das doenças provocadas por germes, ele revolucionou a prática da medicina. Graças a Pasteur e as técnicas de vacinação e pasteurização que ele nos legou, as mortes decorrentes de muitas enfermidades causadas por micróbios são coisa do passado. Livro da coleção Personagens que mudaram o mundo: Os grandes cientistas.
Oswaldo Cruz & Carlos Chagas: o nascimento da ciência no Brasil - Moacyr Scliar
Traçando o quadro histórico no qual esses dois cientistas brasileiros atuaram, Moacyr Scliar desvenda os paralelos de suas carreiras. Tanto Cruz como Chagas tentaram fazer carreira como médicos de consultório, sem muito sucesso. Ambos foram convidados a trabalhar na saúde pública, a princípio para desvendar as causas de epidemias: a peste bubônica, no caso de Cruz, a malária, no caso de Chagas. Ambos uniam talento a uma dedicação férrea, essencial para o sucesso em Ciência. Ambos enfrentaram preconceitos de colegas e até da população que tentavam salvar. Ambos foram reconhecidos pela comunidade científica internacional numa época em que a Ciência brasileira era incipiente. (Imortais da ciência).
Revolta da Vacina - José Carlos Sebe Bom Meihy e Claudio Bertolli Filho
Em 1904, a população carioca reagiu duramente à campanha de vacinação contra a varíola, liderada pelo médico Oswaldo Cruz. A ideia era boa, mas foi executada de forma autoritária. Uma lição histórica. Temas: O Rio de Janeiro no início do século XX: as condições sanitárias e a reforma urbana de Pereira Passos; A campanha de saneamento de Oswaldo Cruz; A revolta popular e a repressão policial.
A revolta da vacina: mentes insanas em corpos rebeldes - Nicolau Sevcenko
Imagine as ruas centrais e alguns bairros da cidade do Rio de Janeiro, então distrito federal, tomados por barricadas e trincheiras, a iluminação pública destruída, uma fúria dirigida a delegacias, repartições públicas e inclusive ao comércio, em busca de armas, querosene e dinamite. Imagine carros tombados, armadilhas e tocaias em becos e casas abandonadas, e a ação policial sem conseguir reprimir a revolta. O governo precisa recorrer, então, às tropas do Exército e da Marinha, aos bombeiros e, por fim, à Guarda Nacional. Neste livro, Nicolau Sevcenko elucida os principais fatores que levaram à Revolta da Vacina, durante a campanha de vacinação contra a varíola ocorrida em 1904, o "último motim urbano clássico do Rio de Janeiro".
O Rio em movimento: quadros médicos e(m) história, 1890-1920 -Myriam Bahia Lopes
Fruto de ampla pesquisa historiográfica, o livro oferece uma (re)leitura sobre a Revolta da Vacina em um Rio de Janeiro ainda com características próprias dos primórdios republicanos. A autora trabalha com os diversos elementos que se aglutinaram para compor esse quadro da nossa história. A forma inovadora da escrita, narrativas entrecruzadas, ilustrada pelas representações plásticas da época, confirma a recusa a dar respostas acabadas a indagações, desvendando facetas inesperadas que fortificam qualquer explicação conclusiva a que se queira chegar. Resulta desse conjunto uma vívida descrição do que foi o movimento dos revoltosos pelas ruas do Rio naqueles dias. Livro que, além de abrir novas perspectivas para os estudos sobre as questões urbanas, tem o mérito de atualizar o diálogo sobre o assunto.
Saúde Pública: histórias, políticas e revolta - Moacyr Scliar, Marco A. Pamplona, Maria Helena Soares de Souza e Miguel Angelo Thompson Rios
Conjunto de livros de ensaios que apresentam memórias, arte e vida social, na forma de textos livres, autônomos entre si, mas associados a uma temática comum. Contém seis ensaios, de quatro autores, além de uma seção chamada Documentos, que traz artigos, leis, projetos e associações ligados à questão da saúde e endereços de sites relacionados ao tema. Os ensaios tratam de assuntos variados, todos ligados às políticas de saúde no Brasil. Há três ensaios de Moacyr Scliar: “O cólera nos tempos do sultão”, “Pequena história da epidemiologia”, e “Políticas de saúde pública no Brasil: uma visão histórica”; e ainda os ensaios de Marco Pamplona “A revolta era da vacina?”, Miguel Ângelo escreve sobre as “Principais doenças endêmicas do Brasil: aspectos epidemiológicos” e Maria Helena “como são quantificadas as ocorrências epidemiológicas”
Consulte o nosso catálogo online para saber em quais bibliotecas estes títulos estão disponíveis. Pesquise também por grandes personalidades na área de microbiologia, saúde pública e vacinais como Louis Pasteur, Robert Koch, Adolpho Lutz, Vital Brazil, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Albert Sabin.
Veja a lista das bibliotecas pelas regiões de São Paulo.
Leia também:
Dicas de Leitura Vacinas (parte 2)
Dicas de Leitura - Pandemias
Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o surto de COVID-19 (coronavirus) como uma pandemia, ou seja, uma epidemia de doença infecciosa que se espalha entre a população de uma grande região geográfica como um continente ou mesmo o Planeta Terra. Vivendo nesta nova realidade, enfatizamos a importância da prevenção de doenças, seja com hábitos de higiene, vacinas e outras políticas públicas de saúde, sanitária e também pelas experiências passadas. Procuramos trazer para as Dicas de Leitura de março livros conhecidos pelo tema ou pelas épocas de sérias epidemias. De obras clássicas a publicações recentes, fatos reais e fictícios, os autores apresentam suas visões para que os leitores interpretem e absorvam suas histórias.
Outras Dicas de Leitura
INFORMAÇÕES SOBRE VACINAÇÃO
Leia aqui as informações sobre prevenção de doenças, imunizações, programas, calendário, campanhas, controle e locais de vacinação na prefeitura de São Paulo.
Fique atento: calendário de vacinas
Crianças até seis anos de idade
Crianças maiores de 7 anos e adolescentes
Adultos entre 20 e 59 anos
Pessoas com 60 anos e mais
Gestante e puérpera
Observação: Devido a paralização de publicações no portal da prefeitura durante o periodo de eleições municipais, as Dicas de Leitura de novembro foram publicadas somente em dezembro de 2020.