Secretaria Municipal de Cultura
Dicas de Leitura - Ruth Guimarães Botelho
“Mulher, negra, pobre e caipira – eis as minhas credenciais”, disse Ruth Guimarães num discurso na Bienal Nestlé de Literatura, em 1983. Nascida em Cachoeira Paulista-SP, em 13 de junho de 1920, Ruth Guimarães Botelho, que além de poeta, romancista, contista, cronista, jornalista e teatróloga, notabilizou-se como tradutora e pesquisadora da literatura oral no Brasil e também lecionou Língua Portuguesa por mais de 30 anos em escolas da rede pública de São Paulo. Ainda menina, revelou-se poeta e, aos dez anos de idade, já publicava seus primeiros versos nos jornais A Região e A Notícia, ambos de circulação local. Aos dezoito anos, mudou-se para a capital paulista a fim de prosseguir seus estudos na USP, onde concluiu os cursos de Filosofia e, mais tarde, de Letras Clássicas. Cursou também Folclore e Estética. Como jornalista, colaborou na imprensa paulista e carioca, mantendo também por vários anos uma seção permanente de literatura nas páginas da Revista do Globo, de Porto Alegre, em que resenhava livros, mantinha um concurso de contos, e onde publicou seus primeiros textos literários e traduções. Escreveu, também, crônicas e críticas literárias nas páginas de Correio Paulistano, A Gazeta, Diário de São Paulo, Folha de Manhã e Folha de São Paulo. É como romancista que Guimarães consegue projeção nacional. Em 1946, publica Água Funda, obra aplaudida por intelectuais de peso como Nelson Werneck Sodré e Antonio Candido, que assina o prefácio da segunda edição. Para o crítico, "Ruth Guimarães nos prende porque tem a capacidade de representar a vida por meio da ilusão literária, graças à insinuante voz narrativa que inventou". Foi a primeira escritora negra a ser empossada na Academia Paulista de Letras (Cadeira 22 - Eleita em 5 de junho de 2008). Ruth Guimarães também integrou importantes entidades culturais, como o Centro de Pesquisas Folclóricas Mário de Andrade e a Sociedade Paulista de Escritores.
Água Funda: romance
Prefácio de Antonio Candido. Palmeiras (1925), de Tarsila do Amaral, ilustra a capa da 3ª edição de Água funda.
A obra é ambientada na fazenda Olhos D´Água, localizada em uma cidadezinha do interior mineiro, aos pés da Serra da Mantiqueira. Entrelaçando diferentes tempos e personagens, inseridos no universo de uma comunidade rural na Serra da Mantiqueira, a autora construiu uma prosa ágil e fluida, permeada de ditos populares e causos marcados pela superstição e pelo fatalismo, e certos aspectos realismo mágico. É o caso das histórias de Sinhá Carolina, dona da Fazenda Nossa Senhora dos Olhos d’Água, e do casal Joca e Curiango, trabalhadores locais, num arco temporal que vai da época da escravidão até os anos 1930. Como afirma o narrador do livro: “A gente passa nesta vida como canoa em água funda. Passa. A água bole um pouco. E depois não fica mais nada”.
Compadre Jabu: histórias de Jabuti
Às vezes confundido com a tartaruga, este animal vagaroso, cascudo, pesado e, para alguns feio, no imaginário popular tem duas virtudes fundamentais, a paciência e a manha. Essas duas características, similares às dos índios, atribuem ao jabuti uma esperteza e uma inteligência capazes de vencer animais bem mais poderosos. Este é um livro de contos de animais ligados à cultura brasileira, muitos deles em extinção. Além de alertar sobre os valores ambientais da nossa fauna, os contos apresentam um tipo de herói diferenciado do modelo de super-heróis da cultura de massas.
Calidoscópio – a saga de Pedro Malazartes
A pesquisa, que tomou quase uma década, é uma espetacular coletânea de histórias populares, especialmente de cidades dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e da região sul-fluminense, sobre esse herói pícaro brasileiro, Pedro Malazartes.
Lendas e Fábulas do Brasil
24 histórias populares da região Sudeste do país, deliciosamente recontadas (A Pombinha e a Moura-torta; As Três Irmãs;
Pedro Malsartes; Artes de Branca-Flor; A Mãe de Ouro; Os Passarinhos da Figueira; O Advogado do Sacristão; O Saci-pererê; O Principe Papagaio; O Rei que Tinha Orelhas de Burro; A Mãe-D'água; Os Dois Papudos; A Lenda de São Cristovão; Dona Baratinha; Os Três Desejos; entre outras.
Veja também outras obras de Ruth Guimarães disponíveis no acervo do Sistema Municipal de Bibliotecas: Dicionário da mitologia grega, Mulheres célebres, Os filhos do mêdo, Grandes enigmas da história, Histórias da onça, Líderes religiosos.
Links sobre Ruth Guimarães Botelho:
Literafro – portal da literatura afro-brasileira - UFMG - http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/434-ruth-guimaraes
Wikipedia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Ruth_Guimar%C3%A3es
Ruth Guimarães: centenário de uma pioneira - https://revistacult.uol.com.br/home/ruth-guimaraes-centenario/
Instituto Ruth Guimaraes:http://institutoruthguimaraes.org.br/site/vida-e-obra/
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