Prefeitura de São Paulo

São Paulo, 18 de abril de 2025 – A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, comemora nesta sexta (18) três datas importantes: o Dia Nacional do Livro Infantil e o nascimento de Monteiro Lobato (que originou a data comemorativa, pelo seu legado na produção literária infanto juvenil), além do aniversário de inauguração da Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, existente há mais de 90 anos na Vila Buarque. A Biblioteca Monteiro Lobato é especializada em literatura infanto-juvenil, além de ser a mais antiga em funcionamento no Brasil, ainda mais desta temática. Atualmente, ela contém um espaço para crianças, uma exposição do Sítio do Pica-Pau amarelo e uma mostra com itens que pertenceram e contam a história de Monteiro Lobato.

Monteiro Lobato criou uma das histórias infantis mais famosas do Brasil: o Sítio do Pica-Pau Amarelo, além de personagens icônicos como Jeca Tatu e a boneca Emília. Por causa de sua importância para a literatura infantil, uma biblioteca na Vila Buarque recebeu seu nome como homenagem.

Biblioteca infanto-juvenil Monteiro Lobato e o TIMOL

Criada em 14 de abril de 1936, na época chamada apenas de Biblioteca Infantil Municipal, foi parte de um amplo projeto de incentivo à cultura elaborado por um grupo de intelectuais liderado por Mário de Andrade, então diretor do Departamento Municipal de Cultura - que viria a se tornar a Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa décadas depois.

A biblioteca começou em uma casa na Rua Major Sertório, onde se iniciaram atividades para atrair as crianças em torno do livro e da leitura, entre elas: coleções de selos e moedas antigas, sala de jogos, sala de revistas, a redação do jornal “A Voz da Infância” (feito pelas próprias crianças, de 1936 a 1948) e sessões de cinema sonoro. Como reforço para essa iniciativa, o escritor Monteiro Lobato em pessoa ia ao espaço, como parte de sua rotina, para participar das dinâmicas, principalmente na contação de histórias para a criançada.

O espaço, com o tempo, ficou pequeno pela alta frequência de crianças e, em 1945, a biblioteca mudou-se para a antiga casa do senador Rodolfo Miranda, na Rua General Jardim, onde hoje existe a praça da biblioteca. O prédio atual do equipamento, no número 485, foi inaugurado oficialmente em 24 de dezembro de 1950. Monteiro Lobato era um dos autores preferidos dos frequentadores da biblioteca e um visitante presente do equipamento cultural. Por tal modo, em 1955, a biblioteca passou a denominar-se Monteiro Lobato em sua homenagem.

A biblioteca passou a aumentar o de livros, mais atividades foram criadas, assim como espaços: por exemplo, foram criadas uma sala acervo de artes, uma de discoteca, seção de livros raros, espaço para teatro de Bonecos, um acervo dedicado a Monteiro Lobato, sala de vídeo e uma sala para Academia Juvenil de Letras; passando a rodar programação de peças de teatro e visitas monitoradas com escolas.

Em 1965, surgiu o TIMOL – Teatro Infantil Monteiro Lobato, a partir do desejo das crianças e jovens que frequentavam a Biblioteca. Sob a liderança de Iacov Hillel, criança fundadora do Grupo, uma sala da Biblioteca foi ocupada especialmente para a linguagem. O espaço, antes conhecido como Sala TIMOL, hoje dá lugar ao Auditório Lúcia Lambertini, com programações regulares de teatro e outras artes acontecendo até hoje no palco.

Em janeiro de 2008, pelo Decreto nº 49.172, a biblioteca passou pelo nome de Biblioteca Pública Infanto-Juvenil Monteiro Lobato; e em dezembro de 2016, pelo Decreto nº 57.528, como Biblioteca Pública Municipal Infanto-Juvenil Monteiro Lobato.
 

Acervo e exposição

Além de ser especializada em literatura infanto-juvenil, com mais de 39 mil exemplares, a biblioteca tem uma gibiteca, um espaço dedicado às Histórias em Quadrinhos, com aproximadamente 7 mil exemplares de álbuns, gibis, mangás e RPG.

Na Biblioteca, há a Seção de Bibliografia e Documentação, que conta um acervo de aproximadamente 34 mil exemplares históricos e relevantes do segmento, tornando-se um dos acervos mais importantes do país em literatura infantil e juvenil, local de estudo técnico por vários historiadores e pesquisadores internacionais.

Também constam nas dependências da biblioteca uma exposição com os principais pertences e documentos do escritor Monteiro Lobato, como sua escrivaninha, roupas, quadros, primeiros escritos de seus livros - alguns até mesmo com ilustrações, como do Saci Pererê - a escova que ele penteava o cabelo e o bigode e até um pedaço do osso de sua costela.

Pela forte influência do teatro de bonecos, linguagem praticada desde a criação do equipamento cultural, a Biblioteca expõe dezenas de bonecos utilizados há décadas atrás em apresentações culturais feitas pelas próprias crianças e arte-educadores. Finalizando, em um espaço de gincana e lazer para as crianças, uma enorme maquete do Sítio do Picapau Amarelo, com uma montagem que simula o universo lúdico e fantasioso criado por Monteiro Lobato saindo dos livros, convida os pequenos e pequenas a se sentirem parte do Sítio, passando das barreiras textuais para a realidade, com a maior ferramenta que temos: a imaginação.

A Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato fica aberta de segunda à sexta das 08h às 17h e aos sábados, das 10h às 14h. O equipamento cultural recebe programações mensais regulares pelo Programa Biblioteca Viva, da Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas (CSMB), entre elas uma festa literária que acontece nos dias 24 a 26 de abril.

A agenda dos equipamentos culturais municipais administrados pela Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa está disponível nas redes sociais e no site.

Lembrando: Vem aí Virada Cultural 2025. A maior virada cultural da história!

Escrito por Camila Quaresma e Enzo Sapio | Revisado por: Suzane Rodrigues