Prefeitura de São Paulo

Uma oportunidade como poucas no mercado de trabalho! Assim foi o Mutirão de Empregabilidade exclusivo para a comunidade LGBTIQIA+, realizado na terça-feira, 25/02, uma iniciativa da Coordenação de Políticas LGBTI+, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, e Sindicato Paulista de Empresas de Contact Center (Sintelmark).

O mutirão realizado na sede do Sindicato, no centro de São Paulo, teve a participação de nove empresas do setor que ofereceram 1.200 vagas, a maior parte delas para operador de telemarketing, mas também para outras funções como especialista de atendimento ao cliente, supervisor e recepcionista.

Para a Coordenadora de Políticas LGBTI+, Léo Áquilla, na seleção, as pessoas LGBTI são deixadas para trás, devido a todos os preconceitos envolvidos. A Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania por meio de parceiros procura dar oportunidade de emprego a quem tem dificuldades para ingressar no mercado de trabalho. De acordo com ela, em 2024 a coordenação que ela lidera conseguiu 9 mil vagas de empregos para pessoas LGBTQIA+.

Antes de qualquer ação de empregabilidade, segundo Léo, há uma preparação para as pessoas de liderança nas empresas, com a palestra “Desvendando o Arco Íris”, explicando como devem se comportar, que perguntas não fazer, os termos certos a serem utilizados, entre outras informações.

Há ainda o programa Transcidadania desenvolvido pela Coordenação por meio da Prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, que abre as portas de emprego para as pessoas trans e travestis por meio do incentivo ao prosseguimento dos estudos. Para participar é preciso estar matriculo no Ensino Fundamental ou Médio da rede de ensino público. O programa concede uma bolsa-auxílio no valor de R$ 1.593,90, de até 36 meses de duração, além de oficinas profissionalizantes e palestras relacionadas aos direitos civis.

“Essa oportunidade significa muito para a pessoas trans que se preparam mais para o mercado de trabalho”, afirma Léo Áquila. Em contrapartida, as empresas devem ser mais do que inclusivas e fazer com que as pessoas se sintam aceitas pela organização, acolhidas. “Empresas que ainda não entendem da necessidade da inclusão não prosperam”, conclui.

Weneson dos Santos Souza participou do mutirão e se sentiu atraído pelas condições oferecidas por duas empresas que ofertavam vagas. Como trabalhador autônomo ele procura um emprego que lhe dê garantias e segurança, considera que o mercado de trabalho não oferece muitas oportunidades para as pessoas LGBTI e dá um recado para que elas persistam: “continuem procurando, que você será visto”.

Pelas empresas, Patrícia Portugal, do setor de recrutamento, estava entusiasmada em participar do mutirão. “Me inspiro nas palavras da Léo Áquilla que fala que essa é uma iniciativa para salvar vidas. É diferente ouvir falar em inclusão pela mídia do que quando a gente tem a chance de participar de uma iniciativa como essa. É totalmente diferente porque estamos lidando com um público específico que é muito espontâneo e que sabe que é bem-vindo”.

Jully Fraga e Tifany Ernane estavam muito felizes. As duas saíram do mutirão praticamente contratadas. “É uma virada de vida, a gente tem muitas dificuldades e ter a oportunidade de participar de um mutirão exclusivo para LGBTI é maravilhoso. Fui entrevistada por seis empresas e já recebi uma carta de admissão”, afirma Jully. “Foi maravilhoso, desde a recepção me senti muito acolhida. Consegui uma vaga no Mercado Livre”, festeja Tifany, que está desempregada há três meses.

Conheça os Centros de Cidadania LGBTI+, prestação de serviços gratuitos, defesa de direitos e promoção de cidadania, em ações permanentes de combate à LGBTfobia e respeito à diversidade sexual.