Secretaria Municipal de Esportes e Lazer
Como o suporte psicológico transforma os atletas do Centro Olímpico
A psicologia esportiva tem um papel fundamental na formação de atletas, não apenas como profissionais, mas também como indivíduos. A prática esportiva contribui para o desenvolvimento de diversas áreas do ser humano, tanto psicológicas quanto físicas, como empatia, cognição, concentração, autoestima, força, resistência e coordenação motora. Em conversa com a doutora Mariana de Freitas Corrêa, psicóloga esportiva há 20 anos, exploramos mais a fundo essa área da psicologia e como ela atua na vida de quem a utiliza.
O Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa é um ambiente completo, que oferece suporte integral aos atletas que ali treinam. O acompanhamento psicológico também faz parte desse suporte e pode ser iniciado tanto por vontade do próprio atleta quanto por indicação dos treinadores. Muitas vezes, essa sugestão vem após mudanças percebidas no comportamento, no rendimento esportivo ou na vida pessoal. Para evitar situações como o overtraining, por exemplo, os técnicos recomendam o apoio psicológico. Nessas sessões, são trabalhados medos, anseios e a relação do atleta com o esporte.
A psicologia esportiva também impacta diretamente no desenvolvimento da concentração e das habilidades motoras, especialmente quando o atleta começa a treinar ainda jovem. Em modalidades individuais ou coletivas, aprendem desde cedo maneiras mais eficazes de se concentrar, de lidar com metas e de perseguir seus objetivos. No aspecto emocional, essa prática fortalece o senso de pertencimento e a empatia, afinal, um time não funciona sem todas as suas partes.
Nos últimos anos, a psicologia esportiva tem ganhado cada vez mais reconhecimento. A especialização na área é essencial para lidar com as diferentes demandas que os atletas enfrentam. Um exemplo claro é o processo de recuperação após uma lesão. Esse momento é sempre tratado com muito cuidado, já que costuma vir acompanhado de emoções intensas, como o medo de perder espaço na equipe, a ansiedade de voltar a treinar ou a frustração com o próprio desempenho. Um dos papeis do psicólogo esportivo é justamente ajudar o atleta a lidar com essas emoções, desenvolvendo estratégias de autorregulação que possibilitem um retorno mais saudável, tanto mental quanto fisicamente.
Atletas passam por altos e baixos constantemente. A psicologia fortalece a autoestima e ajuda na manutenção da autoconfiança, mesmo diante de críticas ou resultados abaixo do esperado. Como destacou a doutora Mariana: “Eu estou falando de formação de atletas. Então, antes de formar um atleta, eu estou formando uma pessoa.”
A doutora também ressalta sobre a importância do processo de construção da identidade na formação dos atletas enquanto pessoas. Ser um atleta olímpico não é fácil e não é um caminho para todos. A psicologia atua nesse ponto, ajudando o atleta a lidar com seus sonhos e valores, para que não surjam sentimentos de insuficiência ou uma cobrança extrema que possa comprometer sua saúde mental e sua relação com o esporte. Assim como a transição na carreira, o início da vida profissional, ou troca de clube, tudo exige adaptação e o suporte psicológico é essencial para essas fases, ajudando o atleta a lidar com o novo sem se perder emocionalmente.
Assim como o início da vida profissional, as trocas de clube ou a aposentadoria, todos os momentos de transição exigem adaptação. O suporte psicológico é crucial nessas fases, ajudando o atleta a enfrentar o novo sem se perder emocionalmente.
Texto: Rafaela Panzutti | rbertolotti@prefeitura.sp.gov.br
Arte: Thiago Carneiro | tbcarneiro@prefeitura.sp.gov.br
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