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O Brasil já criou uma tradição no boxe, com atletas representando o país em competições internacionais, como Popó Freitas, Beatriz Ferreira e Éder Jofre. Em busca de manter esse legado, novos pugilistas seguem se dedicando ao esporte, entre eles Danila Pereira Dias, que trilha seu caminho na modalidade.

Desde a infância, Dani, como é chamada, sonhava em se tornar lutadora profissional, inicialmente com foco no MMA. "Gostava de brigar, entendeu? Mas não podia brigar na rua, então queria lutar no esporte", conta. "O MMA é um esporte muito agressivo, e eu gosto desse tipo de esporte."

A atleta conheceu o Centro Olímpico como um espaço de treinamento para jovens com aspirações no esporte. Seu objetivo inicial era o Wrestling, conhecido também como Luta Olímpica, mas, ao descobrir o boxe dentro da grade de modalidades, decidiu experimentar e seguiu na nova trajetória.

O começo não foi fácil. Como qualquer iniciante, Dani enfrentou dificuldades nos primeiros treinos. "Era muito frustrante. Saía triste porque não conseguia acertar os golpes. Pensei em desistir", relembra. No entanto, a evolução veio com a prática, especialmente nos Sparrings — treinos que simulam rounds de luta. O apoio do atual marido e da ex-professora do Centro Olímpico, Nicky Mello, também foi fundamental. "A Nicky me ajudava muito, principalmente nos campeonatos, em relação à ansiedade. Temos contato até hoje, como mãe e filha", diz.

Além do desempenho nos ringues, Dani inspira novos atletas do Centro Olímpico e até mesmo dentro de casa. Seu irmão seguiu seus passos no boxe, treinando juntos muitas vezes. "Incentivo muito ele a crescer e treinar. Quando ele perdeu a última luta, senti como se fosse eu quem tivesse perdido", comenta.

Com o tempo passando e aprimorando sua técnica, Dani passou a se destacar, e não somente no Centro Olímpico, mas no cenário do boxe. Conquistou títulos como o Forja dos Campeões, tornou-se bicampeã paulista, campeã brasileira e vice-campeã mundial. Atualmente, Dani ainda quer participar de campeonatos de MMA, ainda gostaria de fazer com que esse sonho de infância se torne realidade, mesmo que seu foco principal seja o pugilismo. Ela ainda possui metas na modalidade e não vai desistir até conquistá-las, como permanecer na seleção brasileira e disputar uma edição nos jogos Olímpicos e entrar na categoria profissional do boxe.

Muitas pessoas se tornam atletas, mas poucos se tornam vencedores. Os profissionais treinam suas vidas inteiras para alcançar o objetivo de subir ao pódio o máximo de vezes possíveis. Além de um trabalho físico, se torna um trabalho mental. Ter hábitos saudáveis, como uma boa alimentação e atividades corporais não só aprimorarão os resultados motor, mas como também a concentração, diminuição de estresse e ansiedade e a resiliência de seguir em frente.

“Eu diria para eu nunca desistir, nunca acreditar no que as pessoas pensam de mim” comenta Dani ao ser questionado em qual conselho daria para si mesmo do passado. E ela não desistiu em sua trajetória. A persistência é o que a difere e a torna uma campeã.

Texto: Guilherme Chagas | guilhermecsilva@prefeitura.sp.gov.br 
Arte: Franklin Maciel | fsmaciel@prefeitura.sp.gov.br