Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência

Terça-feira, 20 de Junho de 2006 | Horário: 11:29
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Prefeitura testa modelos de ônibus adaptados

Foram testados dois ônibus com tecnologia de piso baixo no trecho entre o terminal Santa Cruz e Santo Amaro

Nesta terça-feira (20), pela manhã, a secretária Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Mara Gabrilli; o secretário de Transportes, Frederico Bussinger; o presidente da SPTrans, Ulrich Hoffman, e diversos técnicos da área fizeram um passeio inusitado por São Paulo: percorreram um trecho de 10,7 km entre a estação de Metrô Santa Cruz e o terminal de ônibus de Santo Amaro para testar dois ônibus com novas tecnologias que facilitam o embarque e permanência de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida no seu interior.

 

Os veículos devem entrar em teste para a população a partir da próxima semana com dois objetivos centrais: saber o que as pessoas com deficiência acham do espaço interno e acessibilidade desses veículos, e como os carros se comportam em qualquer tipo de topografia como, por exemplo, na periferia da cidade. O resultado desses estudos serão incorporados ao projeto de acessibilidade no transporte das Secretarias da Pessoa com Deficiência e de Transportes.


O primeiro veículo testado no trecho foi um ônibus low center com 13,26 metros de comprimento fabricado pela Caio/Mercedes para uso da empresa Sambaíba. Criado para circular nos corredores de ônibus - em 60% dos casos ele chega até a periferia -, esse tipo de veículo é mais extenso (os ônibus comuns têm, em média, 12 m), o que facilita o acesso de pessoas com deficiência no seu interior.


Daniel Monteiro, deficiente visual, e seu fiel cão-guia Mac também aprovaram o veículo. "Aqui eu consigo me acomodar com o Mac sem problemas", afirmou. A Lei Federal 11.126 de 27 de junho de 2005 assegura a entrada de cães-guia em ônibus e em qualquer outro local público ou privado de uso coletivo.


O percurso da linha Santa Cruz-Santo Amaro não foi escolhido ao acaso. É nessa região de São Paulo onde há a maior concentração de entidades que atendem às pessoas com deficiência. "Estamos testando esses ônibus nesta linha para saber qual veículo poderemos usar para a implantação do nosso projeto piloto de acessibilidade nos transportes", lembrou a secretária Mara Gabrilli.


O projeto prevê a criação de uma rota na Vila Mariana onde ônibus acessíveis possam circular em uma linha estrutural que vai ser alimentada por vans, também acessíveis. "As pessoas com deficiência terão autonomia para escolher o horário do dentista, das compras. Ter transporte disponível a qualquer hora do dia é um milagre para essas pessoas", comentou a secretária.


Durante a viagem, ainda a bordo do low center, foi feita uma parada em frente à AACD, na rua Ascendino Reis. Neste local, foram testadas a acessibilidade da entrada e a circulação interna do veículo. Para Claudino Alves, cadeirante que aguardava transporte na frente da entidade, o melhor ônibus que tem é o de piso baixo. Mas, mesmo assim, Claudino teve dificuldades de entrar no carro. "Essa é uma das alterações que solicitamos ao fabricante do veículo. O ideal era que o embarque e desembarque fossem em nível, não importando a altura da calçada", afirmou a secretária da Pessoa com Deficiência. "Se fosse mais baixa (a rampa), dava para descer sozinho", complementou Claudino.


Mais à frente, no Ibirapuera, toda a comitiva trocou de veículo para testar o outro ônibus, de tipo low entry, que tem piso baixo desde a entrada até o meio do carro. Esse ônibus tem 10,5 metros e é de fabricação da Caio/Agrale para uso da Transkuba. Como ele é menor, sua circulação é ideal para as regiões periféricas da cidade. Durante o teste, algumas observações foram feitas sobre este carro: ele não tem cadeira adequada para a acomodação de um deficiente visual com seu cão-guia e na entrada dianteira é necessário fazer uma adequação na curva. "Quando um cadeirante passa pela entrada desse carro, a curva estreita atrapalha seu ingresso confortável", comentou a secretária.


O ponto final da viagem foi o terminal Santo Amaro, onde a comitiva desembarcou no começo da tarde. Para os técnicos, ficou o trabalho de fazer alguns ajustes nos veículos. Já os secretários saíram contentes com o resultado. "Não é apenas a troca de um ônibus velho por um novo. É a substituição de um velho por um novo adequado à necessidade. Não é só o cadeirante, falamos de quem tem problemas de acesso em geral e isso inclui os obesos, os idosos, as crianças. Adaptamos as pessoas aos ônibus, falta adaptar os ônibus à cidade", finalizou o secretário de Transportes.


 


Mais informações:


Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida - Seped


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