Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência
Curso capacita profissionais de educação física para o esporte inclusivo
Ricardo Monzillo - Seme
Hoje (09/06) foi o último dia do 3º Módulo do Curso de Capacitação para Práticas de Educação Física para Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida, que abordou atividades dirigidas a pessoas com deficiência física.
O curso é realizado em parceria entre a Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação da Cidade de São Paulo (Seme) e a Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (Seped).
Utilizando uma metodologia ativa-participativa, com a exposição de “cases”, o Módulo III aconteceu nos dias 07, 08 e 09 de junho, das 8 às 12h, sendo que nos dois primeiros dias foi exposta a parte teórica do curso, no auditório da sede da Prefeitura de São Paulo, no Edifício Mattarazzo. Hoje, dia 09 de junho, a parte prática do curso foi ministrada no Ginásio do Pacaembu, na Rua Capivari – Portão 23.
Por meio de uma prática inclusiva e com o objetivo de aprimorar a competência profissional de técnicos de educação física, o Programa oferece conhecimentos técnicos e práticos a respeito das deficiências mental, física, auditiva, visual e suas particularidades, além de Políticas de Inclusão e Estratégias, visando a capacitação desses profissionais para a convivência e desenvolvimento de técnicas e programas de esportes, lazer, educação física e recreação para pessoas com deficiência.
O Programa é dirigido a professores, técnicos, auxiliares e estagiários de educação física e divide-se em módulos, aprimorando conhecimentos acerca de cada tipo de deficiência:
Módulo I – Tema: Deficiência Visual – já realizado
Módulo II – Tema: Deficiência Mental – já realizado
Módulo III – Tema: Deficiência Física – 7, 8 e 9 de junho
Módulo IV – Tema: Deficiência Auditiva – a realizar
Módulo V – Tema: Políticas de Inclusão e Estratégias – a realizar
O Programa tem uma carga horária total de 60 h, sendo dividido em 12 horas/aula em cada módulo.
O conteúdo programático do Módulo III foi direcionado para a capacitação de profissionais na prática de educação física para pessoas com deficiência física (motora) e abordou os seguintes temas:
Esporte como facilitador de processo de reabilitação
Modalidades esportivas em cadeiras de rodas e as principais adaptações
Modalidades esportivas para amputados (com ou sem próteses)
Modalidades esportivas para paralisados cerebrais
Demonstrações de práticas das atividades em cadeiras de rodas
Vivência do vôlei sentado
Vivência de bocha
A docente responsável pelos três dias deste Módulo foi a Professora Doutora Elisabeth de Mattos, professora da USP, que prendeu a atenção de mais de cem participantes que permaneceram atentos a todas as suas orientações e explicações.
Hoje, no Ginásio do Pacaembu, quando ocorreu a parte prática do curso, estava presente Giuseppe Calafati, 14 anos, que mora em Cubatão-SP, na Baixada Santista, e tem Acondroplasia, doença genética que significa o “fechamento precoce da cartilagem articular”. Interessado em poder aprender mais sobre educação física adaptada, Giuseppe cursa a 8ª série, tem 1,30 de altura, nunca repetiu de ano e disse que adora jogar futebol de salão. Mesmo tendo diabetes, Giuseppe afirma que leva uma vida normal e encontra no esporte diversão e alegria.
Outro batalhador, Antônio Vieira dos Santos, deficiente físico que mora em Cubatão, disse que a sua paixão é o basquete de cadeira de rodas. Pratica há sete anos e está cursando o último ano do colegial. “Um curso desse nível eleva a auto-estima da gente”, afirma Antônio.
Comprovando o sucesso do programa, a professora de Educação Física Márcia Regina Antonia Sacco, 28 anos, que trabalha no CEU São Mateus, zona leste da cidade, destacou a importância de integrar cada vez mais as pessoas com deficiência na sociedade: “Essas pessoas precisam ter oportunidades de inclusão na sociedade e nós professores de Educação Física, vivenciar e trabalhar com elas”, concluiu Márcia Regina.
Um dos mais interessados em entender e aprender sobre o curso de capacitação era Paulo Roberto Amaral Vieira, 37 anos, que é surdo e mora em Moema, zona sul da cidade, e acompanhava atento a aula, com a ajuda de intérprete. Com deficiência auditiva desde o nascimento, devido à rubéola contraída por sua mãe na gestação, ele citou um dos maiores problemas que o surdo enfrenta na sociedade: as escolas públicas não têm intérpretes (de libras - língua brasileira de sinais); só as escolas particulares, o que prejudica os deficientes de baixa renda. “Este evento ajudar a nos integrar mais sobre os problemas enfrentados no dia a dia. Precisamos olhar mais para o deficiente auditivo”, afirmou Paulo.
A iniciativa da Seme e da Seped em realizar este curso de capacitação foi muito elogiada por todos os presentes, pois traz conhecimentos técnicos e práticos, capacitando os profissionais de educação física para trabalhar com pessoas com deficiência. O próximo módulo, que abordará a atividade física voltada à pessoa com deficiência auditiva, já está sendo aguardado com grande expectativa.
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