Prefeitura de São Paulo

As Secretarias Municipais da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida e de Participação e Parceria lançaram nesta quarta-feira (26) o Programa Agita Sampa Deficiente, iniciativa que pretende conscientizar este segmento da população sobre a necessidade de se praticar atividades físicas como pré-requisito para ter boas condições de saúde e melhorar a qualidade de vida.

O programa é uma ramificação do Agita Sampa, lançado pela atual Administração em abril deste ano, e tem como parceiro o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs), uma instituição científica independente, sem fins lucrativos, fundada em 1974, com o propósito de pesquisar a relação atividade física/saúde.

O Meiorito, relóginho mascote do Programa, lembra que a prática de uma atividade física moderada por meia hora ao dia já é suficiente para promover benefícios à saúde. Esse tempo pode ser dividido em intervalos de 10 ou 15 minutos.

Conforme lembrou o prefeito José Serra na solenidade realizada no Edifício Matarazzo, “o Programa será um impulso a mais na busca de uma vida saudável para todos e isto vem complementar muitas ações que estamos desenvolvendo. A começar pela ação política de criar uma Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência, com a Mara Gabrilli à frente. Acho que isso já desempenha um papel importante inclusive de visibilidade junto à sociedade”.

Ações de inclusão
O prefeito citou alguns exemplos de ações que sua Administração está realizando na área da inclusão social, como a transformação do Parque do Trote, na Vila Guilherme, que estava abandonado, em um espaço que abrigará projetos destinados às pessoas com deficiência. Entre as atividades previstas, estão a prática da equoterapia, exercícios em aparelhos adaptados, áreas para que as ONGs desenvolvam suas atividades e para o treinamento de cães-guia. “É um trabalho que a secretária está acompanhando desde o início e esta é apenas uma demonstração do tipo de preocupação e da prioridade que nós temos com relação a esta causa. Trata-se não apenas de assistir, mas de incluir, de ter as pessoas deficientes mais próximas da vida cotidiana da nossa cidade, do nosso Estado e do nosso Pais”.

Mais saúde e qualidade de vida

Para a secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Mara Gabrilli, “o programa que começa a ser colocado em prática hoje é arrojado. E a gente está falando de saúde. É de fundamental importância que todo mundo reflita e comece a pensar no próprio corpo como um objeto de qualidade de vida. Não importa que a pessoa tenha uma deficiência, ela pode contribuir para ter um tônus muscular bacana, as articulações preservadas, diminuição de osteoporose, toda a parte cardiorespiratória preservada, colesterol etc. É claro que com 30 minutos de exercícios diariamente a gente pode melhorar toda a situação de um corpo. Acho que eu sou prova disso, me exercito todos os dias e tenho toda a energia e saúde para vir trabalhar e lutar pela causa das pessoas com deficiência”.

Mara lembrou que a Secretaria é nova e está atuando em todos os setores, como na educação, saúde, cultura, no trabalho e no transporte, fazendo com que todos os setores voltem os olhares para a questão da pessoa com deficiência.

Em seguida, foi apresentado um vídeo de três minutos, produzido pelo Comitê Para-Olímpico Brasileiro, mostrando cenas das últimas Para-Olimpíadas realizadas no ano passado em Atenas, com destacada participação de atletas brasileiros em diversas modalidades. “É para vocês compreenderem com o coração o que a gente está querendo passar”, concluiu a secretária.

Maioria é insuficientemente ativa

Geralmente, as pessoas com algum tipo de deficiência são menos ativas que pessoas sem deficiência e estão mais expostas às doenças vasculares, respiratórias ou circulatórias. Estudo realizado pelo Celafiscs, apresentado pelo assessor Carlos Stagliorio, aponta que, dentro do universo pesquisado, 55,17% das pessoas com deficiência são insuficientemente ativas e a principal barreira para a prática de alguma atividade não é a limitação física. “As deficiências só irão existir se o ambiente não estiver adequado”, concluiu Stagliorio.

Luís Carlos de Oliveira, assessor técnico do Celafiscs, apresentou o estudo desenvolvido pela instituição que serviu de base teórica para o programa Agita Sampa e informou que a coordenação do programa está fazendo um levantamento das necessidades específicas dos diferentes grupos de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. “Para isso, entidades que trabalham com esse segmento estão sendo consultadas sobre as expectativas e necessidades de cada grupo. A partir daí, o Celafiscs vai prestar assessoria e orientação técnicas para a implantação de ações dirigidas. Queremos incluir a pessoa com deficiência em todas as atividades do Agita”, declarou Oliveira.

Benefícios da atividade física

Os benefícios de uma vida ativa para as pessoas com deficiência vão muito além de reconhecer ou superar os limites corporais. Ela proporciona bem estar físico, previne diversas doenças, melhora o metabolismo, aumenta a força muscular e a capacidade de completar atividades da vida diária sem nenhuma ajuda. Mas outro fator também é de suma importância: a atividade corporal, por meio do esporte, é um grande facilitador na superação das barreiras atitudinais da sociedade. O esporte, hoje, funciona como uma vitrine quando mostra que deficiência não é sinônimo de incapacidade.

Programa modelo

O secretário municipal de Participação e Parceria, Gilberto Natallini, também presente à solenidade, fez um breve histórico da criação do Programa Agita Sampa, implantado em abril deste ano por um decreto do prefeito José Serra, dentro de uma política de combate ao sedentarismo, prevenção de doenças cardiovasculares e melhoria da qualidade de vida.

Natalini lembrou que o Agita Sampa é um desmembramento, na cidade de São Paulo, do Agita São Paulo, criado pela Secretaria de Estado da Saúde em 1996 e que serviu de modelo para o Agita Brasil, implementado em vários estados do país pelo então ministro da Saúde, José Serra.

“O programa funcionou por vários anos e em dado momento a Organização Mundial da Saúde, tendo em vista o sucesso da iniciativa no Brasil, assumiu a idéia criando o Dia Mundial da Saúde e lançando o Agita Mundo no dia 6 de abril, dia mundial da atividade física”, ressaltou o secretário.

O secretário afirmou que “o programa é simples e procura conscientizar todas as pessoas, de diferentes idades, que é fundamental a realização de exercícios físicos durante sua vida para prevenir e combater as doenças que hoje tiram a vida de milhões de pessoas em todo o mundo”.

Segundo Natalini, “a idéia do Agita Sampa é implantar aqui em São Paulo esta concepção, apresentada por um estudo científico feito pelo Celafiscs, que nos dá a base teórica para o programa, de que 30 minutos de atividade física todo o dia é suficiente para que a gente possa prevenir uma série de doenças cardiovasculares que acometem a humanidade nos dias atuais”.

A Secretaria de Participação já havia implantado o Programa Agita Sampa (que deu origem ao Agita Sampa Deficiente) em outras áreas, como as da Saúde, Cultura e Educação. No dia 27 de maio, houve um seminário para cerca de 270 funcionários das secretarias e autarquias da Prefeitura. Na última sexta-feira (21), foram feitas palestras e exercícios com funcionários da CET e no próximo dia 30 será realizado o 2º Passeio Ciclístico M’Boi Mirim “Agita Galera”, que deverá reunir mais de 500 ciclistas de São Paulo na sede da Subprefeitura local.

Além do prefeito, dos secretários Gilberto Natalini e Mara Gabrilli, e dos representantes do Celafiscs, Luís Carlos de Oliveira e Carlos Stagliorio, também participou da cerimônia o ex-secretário estadual da Saúde, José da Silva Guedes, coordenador do Programa Agita São Paulo.