Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência

Segunda-feira, 26 de Maio de 2025 | Horário: 10:02
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Pessoas com deficiência elogiam compromisso da Prefeitura com a inclusão na Virada Cultural

Com áreas reservadas e intérpretes de Libras nos palcos, o evento promoveu acessibilidade e garantiu participação para todos os públicos

Além de ter sido a maior da história, a Virada Cultural 2025 também foi a mais inclusiva. Todos os 21 palcos contaram com espaços reservados para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, além de banheiros acessíveis. A Prefeitura também garantiu a presença de intérpretes de Libras e audiodescrição na programação, permitindo que pessoas surdas, surdas, cegas ou com baixa visão acompanhassem espetáculos com autonomia e conforto. Para facilitar o acesso às informações, um audioconvite com tradução em Libras foi produzido com a programação do evento. 

Para Josivania Rosa Santos, mãe do Marcos Gabriel, que é tetraplégico, a estrutura da área exclusiva para pessoas com deficiência foi um diferencial positivo que garantiu o aproveitamento do evento: “Quero parabenizar todos os profissionais e pedir que mantenham isso, sempre proporcionando para que as pessoas com deficiência tenham esse momento legal, porque não é sempre que conseguimos, é muito difícil a gente com criança com deficiência ter acesso a um show bacana”. Josivania estava no palco Ipiranga, localizado na Zona Sul.  

No domingo, quem usufruiu a mesma área foi Cristina Eduarda da Silva, mãe de um menino com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) de quatro anos. Cristina relatou que não esperava todo o apoio concedido pela organização: “Estou muito feliz do meu filho participar do primeiro evento cultural dele e poder ter esse acesso à cultura”. Ela também elogiou a atenção de quem trabalhou na organização do evento: “Desde o momento que a gente chegou tem alguém perguntando se está tudo bem, se precisamos de alguma coisa”.  

Outra frente importante de atuação foi a capacitação dos produtores culturais. Eles participaram do curso “Conhecer para Incluir”, que ofereceu orientações sobre os diferentes tipos de deficiência, as barreiras enfrentadas no dia a dia e as melhores formas de acolhimento e atendimento ao público com deficiência.   

A própria equipe do evento também refletiu esse compromisso: diversos produtores com deficiência foram contratados para atuar durante os dois dias de evento, promovendo inclusão também nos bastidores da festa. 

A programação artística também incluiu espetáculos protagonizados por artistas com deficiência que se apresentaram na Casa de Cultura Santo Amaro Júlio Guerra. Tatá Mendonça realiza seu show de stand up chamado ‘’Uma cega na comédia’’, Ivan Bernardelli e Hélio Feitosa performaram em ‘’Duo para dois perdidos’’, Trio Golada levou a música nordestina com forró pé de serra, além de outras apresentações. 

Além disso, o aplicativo da Central de Intermediação em Libras (CIL) — que pode ser baixado gratuitamente e não consome os dados móveis — contou com um ícone exclusivo da Virada Cultural, auxiliando no atendimento entre as pessoas com deficiência auditiva, surdas e produtores culturais.  

Intérpretes de Libras asseguraram que pessoas surdas ou com deficiência auditiva desfrutaram plenamente do evento. Eles destacam a importância de tornar a cultura acessível a todos, especialmente à comunidade surda, e celebram o reconhecimento dos artistas.  

Reverenciada no palco Freguesia/Brasilândia pelo cantor Toni Garrido na noite de sábado (24), a intérprete Fernanda Rodrigues da Silva, 35 anos, disse que a atitude do artista valoriza minha profissão e tudo o foi feito nesse evento para levar acessibilidade, fazendo com que a cultura seja acessível para todas as pessoas. “Também é importante para trazer a comunidade surda para esse espaço e ver que os artistas reconhecem o nosso trabalho, então foi muito emocionante, porque infelizmente tem artistas que nem notam que a gente está no palco”, disse Fernanda. 

Durante o show, no qual ela interpretava as músicas em libras para uma multidão, Toni Garrido a abraçou, ajoelhou-se no chão e beijou sua mão, em agradecimento pelo seu trabalho. “Ele me abraçou com muito carinho mesmo, ele fez essa reverência para mim, que é uma forma de respeito.”  

Para ela, a atitude do cantor, além de dar notoriedade ao trabalho dos intérpretes, mostra o quanto é importante ter esses profissionais em todos os eventos, principalmente nos shows, porque os surdos normalmente não frequentam esses espaços por falta de acessibilidade. “E a Prefeitura leva isso de forma magnífica, porque todos os eventos da Prefeitura são acessíveis, todos têm intérpretes de libras”, destacou. 

Álex Rodrigues, intérprete de Libras que atuou no Palco Anhangabaú, afirma que a Libras é tão importante para os surdos quanto o português é para nós. “A Língua de Sinais que é uma língua estudada, ela permite que o surdo consiga interagir na sociedade, então a Libras e de extrema importância, assim com a fluência do intérprete. Quanto mais o surdo entende, mais inserido na sociedade ele estará”.  

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