Secretaria Municipal da Saúde
O SUS, o médico José Marcos e uma história que já dura 30 anos
O clínico José Marcos Thalenberg em seu consultório na Maternidade Vila Nova Cachoeirinha
Em 2020, o Sistema Único de Saúde (SUS) completou 30 anos de existência. Garantido pela Constituição Federal de 1988 para proporcionar acesso à saúde integral, universal e gratuita para toda a população brasileira, foi regulamentado por meio da lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dois dias antes, em 17 de setembro daquele ano, o médico José Marcos Thalenberg, 60 anos, iniciava sua carreira na rede municipal de saúde.
Especialista em clínica médica e doutor em medicina interna pela Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), ele conta ter orgulho de trabalhar pela saúde pública. “Se alguém tinha dúvidas sobre a importância do SUS, não pode ter mais após a pandemia do novo coronavírus. O sistema é mais que um hospital, está na assistência, na vigilância e em toda parte e de maneira inequívoca mostrou seu valor, principalmente em um país com tanta desigualdade social”, pontua o servidor, que fez questão de continuar trabalhando durante a pandemia.
No início da carreira trabalhou por dois anos no então Hospital Dia, em Santana, e desde 1992 integra a equipe do Hospital Municipal e Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder da Silva (Vila Nova Cachoeirinha), na zona norte. Entre suas atividades na maternidade, o médico desenvolveu um guia para avaliação pré-operatória e foi eleito integrante do Conselho Gestor em julho de 2020. O pro?ssional destaca a grati?cação em trabalhar na unidade e poder oferecer assistência médica de qualidade às mulheres que mais precisam. “Costumo dizer para minhas pacientes que elas possuem um plano de saúde e que elas pagam por ele, por meio dos impostos”, relata o Thalenberg, que é responsável ainda pelo serviço de monitorização da pressão arterial da área de cardiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Histórias vão virar livro
Estudar continuamente - ele iniciou, em 2020, uma pós-graduação na Câmara Municipal de São Paulo, no curso Legislativo, Território e Gestão Democrática da Cidade - e colecionar histórias de pacientes estão entre suas paixões. Tanto que pretende lançar um livro com uma coletânea de narrativas de dezenas de pessoas que atendeu ao longo desses 30 anos de SUS.
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Uma delas é a de um paciente que atendeu na AMA Prates, onde foi plantonista de 2014 a 2017, e que ajudou a retornar a Nova Friburgo (RJ). Separado e pai de um ?lho, o homem era serralheiro e tinha vindo para São Paulo em busca de oportunidade de trabalho, mas não conseguiu. Morava em um abrigo e estava fazendo bicos para sobreviver e juntar dinheiro para voltar à cidade natal. O médico se comoveu e comprou a passagem como presente de Natal. “Ao terminar a medicação e com a melhora dos sintomas, entreguei-lhe a passagem impressa. Ele parecia nem acreditar. Agradeceu e saiu correndo. Não era apenas mais um. Nunca é.”
Para o médico, as histórias das pessoas são mais interessantes do que as doenças e que não basta, muitas vezes, tratar apenas os sintomas. “Dependendo do caso, a intervenção terapêutica tem que ir além da clínica”, diz.
Casado com a psicóloga Lúcia Maria dos Santos Costa, José Marcos Thalenberg é pai de três ?lhas, que são o seu orgulho. A caçula Lia Kopelman Thalenberg, de 17 anos de idade, pretende seguir os passos do pai e se formar em medicina. A do meio, Clara Kopelman Thalenberg, 19 anos, está no primeiro ano do curso de geogra?a na Universidade de São Paulo (USP), e sua primogênita Hannah Pugliesi Thalenberg, 30 anos, é antropóloga e mora atualmente nos Estados Unidos. “Adoro conversar com minhas filhas, brindar à vida com a Lúcia, ler e estudar. O Corinthians também é uma paixão, ambos nascemos no Bom Retiro”, conta.
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