Prefeitura de São Paulo

A pandemia da Covid-19 vive um momento de extrema gravidade e em nova medida de enfrentamento, a Prefeitura e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) anunciaram nesta quinta-feira (18) a implantação de dois "hospitais de catástrofe", com 540 leitos. A SMS trabalha para que outros 100 leitos, ainda em avaliação, do Hospital Municipal José Storopolli, também sejam convertidos para atender pacientes com a doença.

Em função do aumento do número de casos, a ocupação de leitos de Terapia Intensiva (UTI) na capital está em 88%. Nas enfermarias, 80% das vagas estão ocupadas, segundo dados do boletim Covid-19 divulgado diariamente pela SMS. Índices semelhantes só foram atingidos no pico da pandemia, entre os meses de junho e agosto de 2020.

“As vagas em nossas UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) estão esgotadas. Os Hospitais Dia, abertos no último domingo (14), também já estão cheios. Estamos vivendo o momento de maior pressão no sistema de saúde de toda a pandemia”, revela o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.

Na quarta-feira (17), a cidade tinha 395 pessoas à espera de uma vaga no sistema de regulação. Nesta quinta-feira, este número já estava em 475 pacientes. O prefeito, Bruno Covas, lamentou a morte de um rapaz de 22 anos, que em 46h, mesmo estando sob atendimento, intubado e com oxigênio, não sobreviveu à espera de um leito de UTI.

Leitos
Os novos 540 leitos Covid-19 serão implementados no Hospital Municipal Doutor Arthur Ribeiro de Saboya, no Jabaquara, que terá 100 leitos com oxigênio convertidos para baixa e média complexidade e 260 de enfermaria; e no Hospital Municipal Professor Waldomiro de Paula, em Itaquera, onde a transferência de pacientes já foi iniciada. Lá serão 130 leitos de UTI e 50 de enfermaria, num total de 180 vagas. Os dois hospitais passam a ser exclusivos para pacientes diagnosticados com o coronavírus.

O HM Waldomiro de Paula, em Itaquera, ampliou a capacidade de atendimento com 180 leitos de enfermaria e 130 de UTI e já começou a receber pacientes (Foto: Edson Hatakeyama)

O secretário anunciou ainda que a SMS trabalha para que outros 100 leitos, ainda em avaliação, do Hospital Municipal José Storopolli, na Vila Maria, também sejam convertidos para Covid-19. Nos últimos seis dias, a SMS liberou mais 555 leitos para o enfrentamento da pandemia. Esses leitos foram abertos nas seguintes unidades: 240 leitos em 14 Hospitais Dia, 105 leitos no Hospital da Cantareira, na Zona Norte. Outros 130 novos leitos de UTI estão sendo implementados na capital, sendo 100 no Hospital do M’ Boi Mirim, 20 no Guarapiranga (ambos na Zona Sul), e 10 no São Luiz Gonzaga (na Zona Norte).

Os hospitais municipais Capela do Socorro (Zona Sul) e Sorocabana (Zona Oeste) também ganharam, respectivamente, 60 e 20 leitos referenciados.

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A cidade conta, atualmente, com 1.291 leitos de UTI e 1.213 de enfermaria para Covid-19. A administração municipal atuou de maneira emergencial na ampliação de leitos. Antes da pandemia, a cidade contava com 507 leitos de UTI e, no auge da pandemia, alcançou 1.340 leitos.

Desde domingo (14), 19 AMAs, com atendimento das 7h às 19h, e quatro Hospitais Dia (M’ Boi Mirim 2, Vila Guilherme, Mooca e Flávio Giannotti), com acolhimento 24 horas, começaram a liberar leitos para pacientes nas unidades de referência ao atendimento da Covid-19.

São Paulo tem 27 hospitais municipais, sendo nove deles entregues à população durante a pandemia, como o Brigadeiro, Brasilândia, Bela Vista, Capela do Socorro, Guarapiranga, Sorocabana, Parelheiros, Santo Amaro e Cantareira. Essas novas unidades ficarão definitivas para a cidade de São Paulo.

Já no Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch (M'Boi Mirim), uma unidade anexa foi construída e 100 leitos foram incorporados à operação do hospital, e permanecerão após o fim da pandemia para uso dos moradores da região.

Doença acelera
Neste segundo pico da pandemia da Covid-19, também considerado uma nova pandemia, devido à ação veloz e voraz de novas variantes do coronavírus, o ritmo de contágio se ampliou e a doença acomete mais pessoas, inclusive as mais jovens. A doença também se manifesta de maneira ainda mais grave.

“A exemplo do que aconteceu no ano passado com as medidas mais restritivas, a gente consegue reverter essa curva, sabemos que quando há mais de 50%, 60% de isolamento a transmissão diminui. A vacinação está surtindo efeito. A gente já assinou junto com a Frente de Municípios Paulistas as negociações de compra de novas vacinas para continuarmos a cuidar das pessoas”, disse o prefeito.

ATENÇÃO: Continue usando máscara, mantenha a higiene das mãos e saia de casa, apenas, se necessário.