Secretaria Municipal da Saúde

Morcegos

 Hábitos

Os morcegos são os únicos mamíferos com capacidade de voar, devido à transformação de seus braços em asas. Representam a segunda maior ordem dos mamíferos, com 1.198 espécies (Nowak, 2003); dessas, cerca de três quartos são insetívoras (alimentam-se de insetos).

Os morcegos são de hábito noturno saindo de seus abrigos ao entardecer ou no início da noite. Comunicam-se e voam orientados por sons de alta freqüência que, emitidos pela boca ou narinas, ao encontrar um obstáculo retornam em forma de ecos. Esses ecos são captados pelos seus ouvidos e transformados em estímulos nervosos, possibilitando assim sua orientação. Utilizam também a visão e o olfato.

A alimentação dos morcegos varia conforme a espécie. Assim, existem os que se alimentam de frutos (frugívoros), de néctar e pólen das flores (nectarívoros), de insetos (insetívoros), de pequenos vertebrados (carnívoros) e sangue (hematófagos).

 

De acordo com o hábito alimentar e a espécie os morcegos podem se abrigar em diferentes locais. Morcegos insetívoros, principalmente em áreas urbanas, utilizam como abrigo diurno cumeeiras, forro de edificações, juntas de dilatação dos prédios, caixas de persianas, chaminés e dutos de ventilação, entre outros.

 

Os morcegos nectarívoros abrigam-se em espaços mais amplos, tais como porões, sótãos, garagens ou outros locais poucos freqüentados.

Os frugívoros abrigam-se geralmente em árvores com copas bem fechadas, sob as folhagens das árvores ou beirais de edificações.

 

Ciclo de vida

Como todo mamífero, os filhotes dos morcegos são gerados dentro do útero de suas mães. Apresentam uma gestação de 2 a 7 meses, dependendo da espécie, sendo que, geralmente, nasce um filhote por gestação.

Logo após nascer, algumas mães costumam carregar seus filhotes em vôos de atividade noturna. Nos primeiros meses os filhotes são alimentados com leite materno e, gradativamente, começam a ingerir o mesmo alimento dos adultos.

 

Os morcegos insetívoros habitualmente possuem um pico de reprodução que ocorre no período mais quente do ano (primavera e verão), quando os insetos são mais abundantes. Já no caso dos frugívoros, a reprodução está associada à frutificação das plantas que lhe servem de alimento, ocorrendo principalmente no período seco (outono e inverno)

Os morcegos possuem expectativa de vida alta, variando entre 10 e 30 anos, porém há registros de espécies insetívoras com 40 anos.

 

Importância ecológica

Os morcegos são mamíferos considerados úteis ao homem e à natureza, devendo ser preservados. Em ecossistemas naturais, os fitófagos (frugívoros e nectarívoros) promovem, em alguns casos, a polinização das flores e a dispersão de sementes de diversas plantas, sendo animais importantes na recuperação de áreas desmatadas.

Os insetívoros são considerados de grande importância ecológica, uma vez que auxiliam no controle das populações de alguns insetos noturnos. Além disso, fazem parte da fauna brasileira e são, portanto, protegidos pela Lei Federal 9.605/98 (Lei do Meio Ambiente).

Portanto, devemos evitar a morte indiscriminada desses animais, conscientizando a população quanto à importância de manter vacinados (anualmente) contra a raiva os animais domésticos (cães e gatos).

Agravos para saúde

Os morcegos não costumam "atacar" mas, independente do seu hábito alimentar, mordem quando perturbados ou indevidamente manipulados. Se estiverem infectados, podem transmitir a raiva que é uma doença sempre fatal na ausência de pronto atendimento. Portanto, deve-se evitar o contato direto com estes animais.

Cabe ressaltar que os morcegos, ao adquirem a raiva, podem apresentar mudanças em seu comportamento, tais como atividade alimentar diurna e caídos no chão.

O acúmulo de fezes de morcegos e aves em locais com condições adequadas, como por exemplo, forro de edificações, pode propiciar o crescimento do fungo Histoplasma capsulatum, causando àqueles que inalarem os esporos uma doença respiratória, a histoplasmose.

Medidas preventivas

Nunca se deve tocar nos morcegos que eventualmente adentrem as edificações ou apareçam caídos no chão. Neste caso, se possível, imobilizar o animal jogando um pano ou caixa de papelão emborcada para baixo, de modo a mantê-lo preso. Em seguida, entrar em contato com  o 156, que enviará equipe para retirar o animal e encaminhá-lo para exame laboratorial de raiva e identificação da espécie. 

A presença de morcegos em edificações, principalmente de insetívoros, pode ocasionar acúmulo de fezes, causando odores desagradáveis e característicos, além de poder causar doenças como a já citada. Deve-se, portanto, vedar juntas de dilatação de prédios, espaços existentes entre telhas e parede, bem como cumeeiras; vedar todos os possíveis acessos para porões; enfim, manter adequadamente esses locais para evitar que sirvam de abrigo para morcegos. Após a vedação, a sujeira existente no local deverá ser umedecida, removida e acondicionada em saco de lixo, Ao realizar este procedimento, a pessoa deve estar protegida com luvas e máscaras ou pano úmido sobre o nariz e boca.

Em residências ou ruas muito arborizadas, é comum encontrarmos morcegos frugívoros à procura de alimento ou utilizando essas árvores para abrigos diurnos, sendo que, muitas vezes, estes animais dão vôos rasantes em busca de frutos. Deve-se, portanto, colher os frutos maduros ou solicitar ao órgão público competente a poda de levantamento ou a substituição da árvore ou, ainda, simplesmente, evitar permanecer na sua rota de vôo, pois após o período de frutificação, estes morcegos irão para outros locais.

Caso ocorra contato entre pessoa e morcego, o mesmo deverá procurar orientação médica imediata nas Unidades que realizam tratamento para a raiva. Em caso de contato com animais domésticos, procurar assistência veterinária ou a Divisão de Vigilância em Zoonoses.

 Informações/Reclamações:
Telefone central 156

 

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