Secretaria Municipal da Saúde
Leishmaniose Visceral Canina
Foto: Labzoo
O que é?
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença infecciosa, também conhecida como Calazar, de evolução crônica e sistêmica, causada pelo protozoário?Leishmania (Leishmania) infantum chagasi.
Esta zoonose é uma das seis endemias prioritárias no mundo e está presente em 62 países de forma endêmica. É considerada de notificação compulsória.
Os cães são comumente implicados como os principais reservatórios domésticos do parasita, sendo de grande importância na manutenção da transmissão da doença.
A leishmaniose visceral canina tem precedido a ocorrência de casos humanos e a infecção em cães tem sido mais prevalente que no homem.
Transmissão
Ocorre pela picada da fêmea do inseto denominado flebotomíneo, conhecido popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros.?
Vetores
No Brasil, a principal espécie responsável pela transmissão é a?Lutzomyia longipalpis.
A espécie Lutzomyia cruzi é considerada de importância secundária em áreas específicas dos estados do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e de Goiás.
Atualmente outras espécies têm sido consideradas como vetores secundários (Pintomya fischeri, Migonemya migonei e Nyssomya intermedia).
A atividade dos flebotomíneos é crepuscular e noturna. Durante o dia, esses insetos ficam em repouso, em lugares sombreados e úmidos, protegidos do vento e de predadores naturais.
A espécie Lu. longipalpis adapta-se facilmente ao peridomicílio e pode ser encontrada no interior dos domicílios e em abrigos de animais domésticos.
No ambiente silvestre, os reservatórios são as raposas (Dusicyon vetulus e Cerdocyon thous) e os marsupiais (Didelphis albiventris).
Período de incubação:
No cão, varia de três meses a vários anos, com média de três a sete meses.
Sintomas:
A doença no cão é de evolução lenta e início insidioso. O diagnóstico clínico da LVC é difícil de ser determinado, pois além do grande número de animais assintomáticos e com manifestações inespecíficas, os sinais clínicos são comuns a outras enfermidades infecto-contagiosas que acometem os cães.
Os principais sintomas da LVC são perda de apetite, emagrecimento, pelo opaco, queda de pelos, aparecimento de feridas na pele (em especial na face, focinho e orelhas) e, em estágio mais avançado, o crescimento exagerado das unhas (onicogrifose) e perda dos movimentos das patas traseiras (parestesia).
É importante ressaltar que em áreas endêmicas, aproximadamente 40 a 60% dos cães de uma população infectada podem se apresentar assintomáticos.
Portanto, especialmente em regiões ou áreas de transmissão estabelecida, o médico veterinário deve solicitar o exame parasitológico ou sorológico para esclarecimento diagnóstico.
Prevenção:
- Limpeza periódica dos quintais, retirada da matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo, locais onde os mosquitos se desenvolvem);
- Destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento das larvas dos mosquitos;
- Limpeza dos abrigos de animais domésticos;
- Uso de telas em canis individuais ou coletivos;
- Uso de coleiras impregnadas com deltametrina a 4%, que possui ação repelente contra o flebotomíneo.
Veja também:
PROFISSIONAIS:
Tratamento |
Segundo o Ministério da Saúde não é indicado tratamento para o cão como medida de saúde pública. |
Diagnóstico Laboratorial |
Diagnóstico Parasitológico · Exame Microscópico Direto: detecta a presença de formas amastigotas do parasita em fragmentos de fígado e baço, punção de linfonodo e medula óssea de amostras caninas. o Resultado: 24 a 48 horas. · Isolamento do Parasita: a partir de fragmentos de fígado e baço, punção de linfonodo e medula óssea de amostras caninas, em meio de cultura acelular com posterior identificação e caracterização. o Resultado: 30 dias. Diagnóstico Sorológico O Laboratório de Diagnóstico de Zoonoses e Doenças Transmitidas por Vetores segue o programa preconizado pelo Ministério da Saúde utilizando kits produzidos e fornecidos por Bio-Manguinhos. · Teste rápido (DPP): ensaio imunocromatográfico utilizado como método de triagem. o Resultado: 24 a 48horas. · Ensaio imunoenzimático (ELISA): método confirmatório. o Resultado: 7 dias. Diagnóstico Molecular · Detecta a presença de DNA de Leishmania spp em fragmentos de fígado, baço, aspirado de linfonodo e medula óssea em amostras caninas. o Resultado: 7 dias. |
Interpretação |
Um resultado não reagente no teste rápido sugere ausência de anticorpos para Leishmania. Um resultado reagente deve ser confirmado pelo método de ELISA, conforme recomendações do Ministério da Saúde. |
Envio Correto de Material |
Material
Conservação/Transporte
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Observação:
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