São Paulo recebe a 1ª edição da Virada Literária com a mesa “Livros que Andam nas Mãos do Povo”

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Domingo, 25 de Maio de 2025 | Horário: 15:39

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São Paulo recebe a 1ª edição da Virada Literária com a mesa “Livros que Andam nas Mãos do Povo”

Programação faz parte da Virada Cultural 2025 e traz grandes nomes da literatura para o Centro da cidade

A primeira edição da Virada Cultural Literária de São Paulo - Virada Lusófona, evento que integra a programação oficial da Virada Cultural 2025, teve uma mesa com a escritora e atriz Bruna Lombardi, do escritor e cineasta João Silvério Trevisan e do mediador Francis Manzoni, em uma conversa profunda e sensível sobre o impacto da leitura e da escrita na construção do imaginário e da subjetividade. Veja aqui a programação completa da Virada Cultural 2025.

Como parte da intensa programação da 1ª edição da Virada Cultural Literária de São Paulo, a mesa “Livros que Andam nas Mãos do Povo” reuniu nomes de destaque da literatura e das artes para discutir o papel dos livros na vida das pessoas.

Com entrada gratuita e aberta ao público, a programação busca aproximar leitores de autores, promovendo atividades com nomes como Leandro Karnal, Paulo Lins, Bruna Lombardi, Itamar Vieira Junior, entre outros. O encontro é realizado na Biblioteca Mário de Andrade, no Centro.

Bruna Lombardi falou sobre a escrita como uma necessidade visceral. “Você escreve porque precisa urgentemente escrever. A necessidade de escrever é brutal. A palavra que eu uso é devoção”, afirmou. Para ela, embora o impulso criativo nasça de dentro, a obra só se completa no encontro com o outro: “Nós não existimos sem o leitor. O leitor é um autor junto com o autor. Um livro são asas para a imaginação. Ele pega algo da pessoa, algum sentimento, e transforma isso em história.”

A escritora também compartilhou experiências pessoais, como a conexão que sentiu, ainda na adolescência, ao ler um autor russo falecido havia mais de um século — uma demonstração do poder atemporal e transnacional da literatura.

Francis Manzoni conduziu a mesa com leituras de trechos das obras dos convidados, costurando a conversa com reflexões sobre como a literatura pode abrir frestas para que os leitores revisitem suas próprias vidas, afetos e contradições.

João Silvério Trevisan destacou o caráter provocador da literatura: “Quero instigar as pessoas. Uma boa literatura articula questões para quem lê pensar em como resolver.” Ele ressaltou que o papel do escritor não é fornecer respostas, mas estimular o pensamento crítico. Trevisan também falou sobre a densidade emocional de sua trilogia “A Grande Dor”, que aborda temas ligados ao sofrimento humano e aos conflitos sociais.

Ao final, Bruna ressaltou o valor simbólico do espaço que sediou a mesa: “A cultura é um marco de todas as civilizações. Esta biblioteca é um marco para mim. Fiz um lançamento aqui com Ignacio de Loyola Brandão e sinto este espaço como um lugar fundamental.”

A mesa “Livros que Andam nas Mãos do Povo” se encerrou com a ideia de que a literatura é um instrumento de conexão entre gerações, um convite à imaginação e uma ferramenta essencial para a construção de sentido no mundo contemporâneo.

A Virada Literária encerra a programação com a mesa-entrevista “Última volta do sol”, onde o escritor Itamar Vieira Junior, um dos nomes mais significativos da literatura brasileira contemporânea, conversa com a jornalista Joyce Ribeiro sobre memória, território, resistência e o lugar da literatura na reinvenção do Brasil profundo. O encontro será precedido por uma apresentação especial do escritor e curador Tom Farias, que contextualiza o gesto simbólico da mesa e homenageia a travessia coletiva realizada ao longo desta primeira edição do evento.

A Virada Literária de São Paulo - Virada Lusófona promove atividades paralelas que complementam a programação, como sessões de autógrafos, feira de troca de livros, instalações sensoriais e projeções de vídeo mapping na fachada da Biblioteca Mário de Andrade.

Leia aqui a cobertura de sábado (24) da Virada Cultural 2025.

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