Prefeitura de São Paulo

Por: Breno Lopes

Pelo segundo ano consecutivo, o Centro de Acolhida (CA) Arsenal da Esperança, apresentou o espetáculo natalino “Josefina: A Incrível Máquina dos Sonhos”. O espetáculo é estrelado por acolhidos do serviço, voluntários e artistas, e contou com apresentações no próprio espaço do CA, nos dias 19, 20 e 21 de dezembro. 

A trama se desenvolve ao redor da Kombi “Josefina”, que ao lado de seu fiel escudeiro, “Falasartes”, parte em uma jornada de autoconhecimento e aventura. Durante a viagem, o combustível de “Josefina” acaba e a única forma de recarregá-la é utilizando a energia das estrelas. Assim, a dupla embarca em um longo caminho até Belém, cidade do nascimento de Jesus Cristo. Pelo caminho, eles encontram pessoas em dificuldade, mas cheias de sonhos que desejam realizar. Mas será que os pedidos correspondem ao que elas realmente precisam? 

A ideia da peça surgiu quando o diretor da obra, Geraldo Lacerdine, buscava um lugar para se engajar socialmente. Durante suas visitas ao Arsenal da Esperança, ele passou a ouvir e se interessar pelas histórias dos conviventes, reconhecendo o potencial artístico presente naquele espaço. O projeto começou com a implantação de uma oficina de teatro, que mais tarde daria origem a “Josefina”. 

“Uma peça de teatro já é algo maravilhoso, e dentro de uma casa de acolhida, é ainda mais especial. Ver pessoas compartilhando seus próprios sonhos contribui para o processo de resgate delas e inspira toda a população acolhida, criando um círculo virtuoso. Afinal, muitos podem pensar: ‘Se ele está fazendo isso, por que eu não posso?’. Além disso, é uma mensagem de Natal e esperança que se espalha por toda a comunidade.” Destacou o Presidente do Arsenal, Padre Simone Bernardi, ao comentar o impacto da peça para os acolhidos. 

A história foi contada com apoio de malabaristas, performances em tecido aéreo, pole dance, percussão artística, e muitos outros elementos, mas quem roubou a cena foi Ricardo Luiz, 34 anos, acolhido há quatro meses pelo serviço, ele interpretou duas importantes personagens: o “Fazedor de Brinquedos” e o “Palhaço”.

A peça contou com momentos circenses - Foto: Fábio José/ Arsenal da Esperança

Ricardo não conseguia esconder a alegria em atuar na peça. "É muito importante ter um teatro dentro de um CA. Faz bem para minha mente, meu espírito, meu caráter, tudo. E estar aqui com meus companheiros fortalece a nossa amizade. A máquina dos sonhos realmente realiza nossos sonhos, só de estarmos aqui fazendo teatro." 

Dessa forma, o Arsenal da Esperança fez jus ao nome, levando luz para aqueles que mais precisam, e mostrando que a arte pode ser um instrumento de transformação e renovação do espírito e das relações humanas.
 

Rede Socioassistencial 

A cidade de São Paulo possui a maior rede socioassistencial da América Latina, com cerca de 26 mil vagas de acolhimento, distribuídas em Centros de Acolhida, Hotéis Sociais, Repúblicas para Adultos, Vilas Reencontro, entre outras. 

O encaminhamento para os serviços de acolhimento da rede socioassistencial é feito de acordo com o perfil do indivíduo e com a tipologia do serviço, respeitando o histórico da pessoa ou família a ser acolhida. As pessoas em situação de rua são encaminhadas aos serviços de acolhimento por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centros Pop do município, do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) e Ampara SP.

Além das vagas de acolhimento, a cidade conta ainda com mais de 220 mil vagas em serviços de convivência e fortalecimento de vínculos, como Centros de Desenvolvimento Social e Produtivo (CEDESP), Serviços de Assistência Social à Família e Proteção Social Básica no Domicílio (SASF), Centros de Convivência Intergeracional (CCInter), Centros para Crianças e Adolescentes (CCA), Centro para Juventude (CJ), entre outros.