Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social
Moradores celebram primeiro ano da Vila Reencontro Pari
Por: Giulia Rodrigues
Em outubro, a Vila Reencontro Pari celebrou seu primeiro aniversário, um momento que representa o fortalecimento de uma política voltada ao resgate da dignidade dos acolhidos. Com 100 módulos de 18 m² e capacidade para acolher até 400 pessoas, a Vila foi a terceira unidade do Programa Reencontro e reúne diversas histórias de recomeços e oportunidades.
“Quando conheci a Vila Reencontro, vi que o atendimento é diferente. Aqui somos tratados como merecemos, como seres humanos. Não desistimos do nosso futuro, e tudo tem valido a pena”, contou Paulo Henrique, 42 anos, que se mudou para a Vila em agosto, junto com sua esposa, Mariana.
O casal se conheceu no Centro de Acolhimento Temporário (CTA) 18, no Canindé, e abraçou a oportunidade de integrar o Projeto Reencontro. Depois de três meses no novo lar, descobriram que se tornariam pais. “Aqui, minha esposa recebe todo o apoio que uma grávida precisa. Antes, não tínhamos nem perspectiva de futuro, e hoje somos três”, completou.
Paulo Henrique e Mariana estão na Vila há 3 meses
Foto: Giulia Rodrigues/SMADS
Eles são uma das famílias a ocupar as casas modulares da Vila Pari. Todas as residências são mobiliadas de acordo com a composição familiar e contam com fogão, geladeira, banheiro privativo, pias e ventilador de teto. O espaço interno da Vila dispõe de uma cozinha, refeitório, lavanderia, brinquedoteca, playground e horta comunitária. Além desses espaços, são disponibilizadas salas para orientação e acompanhamento social.
Na última sexta-feira (31), o serviço organizou uma festa para celebrar o primeiro ano do local. Os convidados desfrutaram de música ao vivo, churrasco e um bolo para comemorar. Além dos moradores, também estavam presentes as mais de 16 famílias que conquistaram a saída qualificada da Vila – quando o acolhido alcança sua autonomia e não precisa mais dos serviços da rede socioassistencial, ele alcança a saída qualificada.
Maria Fernanda, 34 anos, foi uma das primeiras pessoas a chegar na unidade, junto de seu marido e de seu filho. Há seis meses, eles foram contemplados com o Auxílio Reencontro Moradia e deixaram o serviço para viver um sonho: a moradia autônoma. “Eu sempre soube que era uma mulher forte! Acreditei que podia tudo e, graças à Vila, tenho minha casa. Meu futuro é esse: seguir em frente”, contou, emocionada.
Cada passo dado por Maria Fernanda foi importante, mas os vínculos que a rede socioassistencial lhe proporcionou tornaram tudo ainda mais significativo. Ela e Sheila Maria, moradora da Vila Pari, são amigas e vibram juntas as pequenas conquistas desde que moravam em Centros de Acolhida. “Nós nos apoiamos e somos o ombro uma da outra. Nossa amizade é assim”, completou Sheila.
Maria Fernanda e Sheila Maria estreitaram a amizade na Vila
Foto: Giulia Rodrigues/SMADS
Outras Vilas
O Projeto conta com 10 vilas no total, que juntas somam mais de 2.600 vagas de acolhimento. Por meio desses equipamentos, a rede socioassistencial da Prefeitura de São Paulo já contabilizou mais de 400 saídas qualificadas, possibilitando que cada família reconstrua seu futuro.
“A maioria dos nossos acolhidos já está trabalhando e progredindo a cada dia. 66 pessoas estão no Programa Operação Trabalho (POT) e outras 22 conseguiram emprego CLT. Nossa meta é que todos tenham a oportunidade de se reerguer, por isso buscamos prepará-los com cursos e palestras, para que retornem ao mercado de trabalho”, disse Misael Cirino, gerente da Vila Reencontro Pari.
Programa Reencontro
O Programa Reencontro prevê a entrega de unidades que serão destinadas prioritariamente a famílias – com ou sem crianças – que estejam nas ruas há menos de dois anos. Cada família deve permanecer entre 12 e 24 meses nas moradias transitórias e participar de capacitações profissionais e outros atendimentos sociais com o objetivo de ganho de autonomia.
Os critérios de elegibilidade para acolhimento nas moradias transitórias incluem informações do CadÚnico, famílias em que as mulheres são as responsáveis, e núcleos familiares que possuam crianças e adolescentes em sua composição.
O Programa possui três eixos de atuação: conexão, cuidado e oportunidade. O primeiro busca estimular a recriação de vínculos e o fortalecimento da rede de apoio. O elemento inicial de conexão entre o poder público e o indivíduo em situação de rua é a abordagem social, que é um instrumento fundamental de vinculação das pessoas à política pública e às demais etapas e eixos do Programa Reencontro.
No segundo eixo, são ofertadas moradias subsidiadas para aqueles que não possuem renda suficiente, nas seguintes modalidades: locação social, que é o aluguel subsidiado conforme a renda; a renda mínima ou o auxílio pecuniário para pessoas sem problemas de drogadição; moradia transitória ou unidades com alta rotatividade, que buscam evitar o processo de cronificação, promovendo rápido resgate da autonomia.
O eixo oportunidade, por fim, consiste na intermediação de mão de obra e emprego, através da capacitação profissional, da alocação em contratos públicos (Decreto nº 59.252/20), da busca ativa por vagas e do estímulo à contratação no setor privado.
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