Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social
Superação e esperança no futuro: Conheça a história de José Luiz
Por: Suelyton Viana
Quando chegou ao Centro de Acolhida (CA) “São Mateus” pela primeira vez, José Luiz, hoje com 61 anos, era completamente diferente. Demorou até que ele se tornasse o homem estudioso e comunicativo que agora sonha com uma carreira no meio jurídico.
Foram anos morando dentro de um carro abandonado em São Mateus, zona leste, até avistar uma van da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), ficar curioso, e ir até ela. O encontro resultou no primeiro contato de José com a rede socioassistencial, ainda em 2019. Na época, José Luiz vivia problemas com o alcoolismo, hoje ele brinca sobre a forma como agia. “Quando a gente é um bêbado e procura atenção, os funcionários dão, mas só que entra por um ouvido e sai pelo outro.”
Mergulhado no vício, ele teve passagens conturbadas por Centros de Acolhida, sendo comum se envolver em brigas e ser advertido por levar bebidas alcoólicas para dentro dos espaços, algo que viola as regras de convivência desse tipo de serviço. Após passar 21 dias internado com um grave quadro de saúde, com passagem inclusive pela UTI, veio a decisão de mudar. José vivia com problemas de locomoção e dúvidas sobre quanto tempo ainda seguiria vivo naquele ritmo, ao deixar o CA São Mateus rumo ao Hospital.
Após a alta, ele largou a bebida e voltou ao serviço, onde com o apoio da assistente social, Roseni Xavier, se matriculou no ensino fundamental e foi o destaque da turma. A sede de aprender o fez ser eleito o representante do grêmio estudantil, encaminhando demandas de outros alunos matriculados na Educação de Jovens e Adultos (EJA) para a direção da escola em que estuda.
José Luiz mostra o caderno que o acompanha nas aulas. Foto: Suelyton Viana/SMADS
“Quando me formar vou fazer o primeiro, segundo e terceiro graus, vou tentar uma faculdade. Vou tentar não, vou conseguir fazer faculdade. Eu quero ser um promotor de acusação”, diz com convicção.
Agora ele se prepara para o próximo passo no caminho para a independência. Em breve, ele se mudará para uma das Repúblicas para Adultos da Prefeitura, serviço de acolhimento provisório, onde os acolhidos vivem em cogestão e com autonomia de organização das atividades diárias. Hoje, José fala com orgulho da televisão, do armário e da mesa que o acompanharão no novo lar, e que comprou com o dinheiro que juntou em cofrinhos por anos.
Com a confiança revigorada, ele deixará como lembrança a garra para superar desafios, o humor ácido e o exemplo do impacto do trabalho da rede socioassistencial na vida dos atendidos.
Rede Socioassistencial
A cidade de São Paulo possui a maior rede socioassistencial da América Latina, com cerca de 26 mil vagas de acolhimento, distribuídas em Centros de Acolhida, Hotéis Sociais, Repúblicas para Adultos, Vilas Reencontro, entre outras.
O encaminhamento para os serviços de acolhimento da rede socioassistencial é feito de acordo com o perfil do indivíduo e com a tipologia do serviço, respeitando o histórico da pessoa ou família a ser acolhida. As pessoas em situação de rua são encaminhadas aos serviços de acolhimento por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centros Pop do município, do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS) e Ampara SP.
Além das vagas de acolhimento, a cidade conta ainda com mais de 220 mil vagas em serviços de convivência e fortalecimento de vínculos, como Centros de Desenvolvimento Social e Produtivo (CEDESP), Serviços de Assistência Social à Família e Proteção Social Básica no Domicílio (SASF), Centros de Convivência Intergeracional (CCInter), Centros para Crianças e Adolescentes (CCA), Centro para Juventude (CJ), entre outros.
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