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Terça-feira, 12 de Janeiro de 2021 | Horário: 18:00
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Conheça a andropausa, a “menopausa” masculina

Período é marcado pela diminuição nos níveis de testosterona e atinge os homens a partir dos 40 anos de idade

A foto mostra as mãos de dois homens, um médico e um paciente, como se estivessem se cumprimentando, apoiados sobre uma mesa. Do lado inferior esquerdo da foto há um bloco de papel e uma caneta

Os sintomas da andropausa são comuns a algumas outras doenças frequentes na mesma faixa etária, por isso, procurar uma avaliação urológica é fundamental (Foto: Divulgação)

 

Assim como a mulher entra na menopausa quando atinge o fim do seu ciclo reprodutivo, os homens passam por uma situação parecida na meia idade. O período, que ganhou o nome de andropausa, é marcado pela diminuição nos níveis de testosterona, o principal hormônio masculino. Na maioria dos casos, o declínio na produção desse hormônio começa a ocorrer por volta dos 40 anos e causa efeitos em todo o corpo do homem.

Também chamada de Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM), a redução nos níveis de testosterona vem acompanhada de uma série de sintomas. Segundo Rodolfo Santana, médico urologista e supervisor do Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM), entre os sinais estão alterações na função sexual, que pode incluir redução do desejo sexual, menos ereções espontâneas, como as durante o sono, e redução da fertilidade.

Outros sinais podem ser a diminuição no tamanho dos testículos e mudanças físicas como aumento da gordura corporal, redução da massa e da força muscular. Diminuição da densidade óssea, inchaço na região dos mamilos e perda de pelos do corpo são outras alterações causadas pela andropausa, assim como mudanças emocionais (diminuição da motivação ou a autoconfiança e, com isso, tristeza e problemas de concentração e de memória) e alteração no padrão de sono (insônia ou sonolência aumentada).

Como esses sintomas são comuns a algumas outras doenças frequentes na mesma faixa etária, os pacientes que apresentam essas queixas devem procurar uma avaliação urológica. Os níveis de testosterona podem variar bastante entre os homens. No geral, os mais velhos têm esse hormônio em menor quantidade quando comparado aos mais novos.

Prevenção
Adotar um estilo de vida saudável e monitorar a saúde regularmente ajudam o homem a se preparar para as mudanças no corpo. Santana aponta uma lista de condições associadas em certo grau ao desenvolvimento acelerado da andropausa: diabetes, sedentarismo, tabagismo, estresse, problemas da tireoide, consumo de bebidas alcoólicas, uso de antidepressivos, doenças que afetam os testículos, pacientes que fazem uso de hormônios esteroides (anabolizantes), hipertensão arterial e o sobrepeso/obesidade.

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Como os homens que estão na andropausa podem perder massa muscular e aumentar a porcentagem de gordura abdominal, é recomendado que a dieta seja equilibrada e rica em fontes de proteína, além da prática regular de atividades físicas. Ao promover um alto gasto de calorias, o exercício acelera o metabolismo, além de gerar um aumento significativo de massa muscular.

Libido e fertilidade
A diminuição dos níveis de testosterona pode causar danos envolvendo tanto o desejo sexual masculino quanto a própria fertilidade, explica o médico urologista Rodolfo Santana. A testosterona é o principal andrógeno (hormônio masculino), fundamental para o desenvolvimento de características físicas, sexuais e comportamentais dos homens, desde os órgãos sexuais até o tom de voz, barba e desenvolvimento muscular. Além disso, ela é fundamental na produção de espermatozoides pelos testículos e também regula a quantidade e qualidade do esperma produzido.

Existem vários tipos de formulações para reposição dos níveis da testosterona, desde medicações orais, injetáveis, a base géis e adesivos transdérmicos. A reposição hormonal ajuda a aliviar os incômodos causados pela andropausa. Mas, essa terapia só é recomendada apenas na falta ou diminuição da testosterona natural. “Se usado de forma errada, esse tipo de tratamento pode causar infertilidade ou aumentar o número de glóbulos vermelhos, o que aumenta o risco de trombose e doenças cardiovasculares”, alerta o médico.

O uso da testosterona tem somente uma indicação, que é naquele indivíduo que tem sinais de Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM) e confirmação laboratorial que os níveis de testosterona estão baixos. Caso contrário, existem mais riscos que benefícios.

Os principais efeitos colaterais da terapia de reposição da testosterona são: elevação do colesterol, hipertensão arterial, hipertrofia cardíaca, aumento do risco de infarto agudo do miocárdio, retenção de líquidos, aumento da oleosidade da pele, mau odor, acne, calvície, redução na produção de espermatozoides, ginecomastia (crescimento de mama nos homens), aumento do volume da próstata, aumento do risco de câncer da próstata, interrupção do crescimento em adolescentes, hepatite medicamentosa, atrofia testicular e infertilidade.

 

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