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Quinta-feira, 28 de Janeiro de 2021 | Horário: 12:00
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Cansaço, febre e dores no corpo: dengue ou Covid?

Sintomas semelhantes das duas doenças podem confundir na hora do diagnóstico; veja o que diferencia uma da outra

Foto de uma máscara descartável, de cor azul, aberta sobre uma superfície branca. Há um elástico em cada lado que serve para prender a máscara nas orelhas

Uso de máscaras é uma das medidas de proteção contra o coronavírus (Foto: Pixabay)

 

Dengue e Covid-19 podem ter sintomas iniciais semelhantes, com febre, dor de cabeça e dor no corpo. As duas doenças possuem um período febril e uma fase crítica e ambas são infecções sistêmicas, mas nem sempre típicos e com evolução padrão, principalmente nas crianças e bebês.

Quadros respiratórios como tosse seca, falta de ar e alterações de olfato e paladar são mais encontrados na Covid. Febre e cansaço também são sintomas comuns da doença provocada pelo novo coronavírus ou SARS-COV-2. A falta de ar é um sintoma que indica potencial gravidade dos pacientes com Covid-19 e requer avaliação médica imediata.

Já os sintomas da dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti - que também pode transmitir zika, chikungunya e febre amarela - são febra alta, dores intensas de cabeça e no corpo, fraqueza e cansaço. Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo (exantema). Os pacientes com dengue, geralmente, não apresentam quadros respiratórios, como tosse e coriza. Entre os sinais de alerta de que o paciente pode estar evoluindo para uma forma grave estão vômitos persistentes, dor abdominal intensa e tontura, podendo ou não ter sangramentos.

A Organização Panamericana de Saúde (OPAS) alerta que é importante não ignorar os sintomas da febre, principalmente se a pessoa reside em uma área com dengue ou febre amarela.

Outro aspecto em comum é que a prevenção das duas doenças depende bastante da colaboração individual e coletiva. No caso da Covid-19, usar máscara corretamente (cobrindo o nariz e a boca), higienizar corretamente e constantemente as mãos com água e sabão ou álcool em gel 70% e evitar aglomerações. Já a dengue pode ser evitada com a eliminação dos focos de proliferação do mosquito, que são todos aqueles objetos que acumulam água parada, como vasos, pratinhos, potes e garrafas, por exemplo.

Todos os cuidados para evitar possíveis criadouros do Aedes aegypti devem ser mantidos. Essa é a medida mais eficaz para controlar a disseminação da dengue, um problema de saúde pública grave e que pode se somar a uma situação preocupante relacionada à pandemia de Covid-19.

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Na literatura médica já foram descritos casos erroneamente diagnosticados como dengue, mas posteriormente confirmados como Covid-19 e também o contrário. Também já foram registradas ocorrências das duas doenças simultâneas, o que eleva o alerta para os cuidados redobrados, principalmente no verão, época em que os surtos de dengue são constantes devido à combinação de chuva e calor. A ocorrência de coinfecção de dengue e Covid-19 pode dificultar o diagnóstico e ter quadros clínicos mais graves.

Em tempo de pandemia, esta coincidência temporal implica que os dois surtos podem sim ocorrer ao mesmo tempo. Como as duas infecções são debilitantes, existe a probabilidade que uma acabe agravando o quadro da outra e, infelizmente, as duas podem levar à morte.

Por isso, a atenção aos sintomas é importante, bem como procurar os serviços de saúde para fazer exames laboratoriais. Ao comparecer a qualquer equipamento de saúde, a máscara deve ser usada e o distanciamento social mantido, bem como evitar tocar superfícies com as mãos. Isso vale para adultos e crianças, pacientes e acompanhantes.

Cuidados em casa
O Aedes aegypti, que transmite a dengue e outras doenças, já é um velho conhecido da população. Porém, ano após ano é necessário reforçar as medidas para a eliminação de criadouros nas casas. Uma simples tampinha de garrafa com água parada já é suficiente para uma fêmea botar um ovo, que se transforma em larva e depois se torna mosquito transmissor de doenças.

Ao que cabe à administração municipal no combate ao mosquito, a Prefeitura de São Paulo aplica veneno em regiões críticas da cidade e a equipe da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) faz visitas sistemáticas por toda a cidade.

Mas toda a população pode e deve ajudar, eliminando qualquer objeto que possa deixar água parada e recebendo os agentes da vigilância em saúde. Eles estão orientados para seguir todos os protocolos de biossegurança impostos pela pandemia, como uso de máscara e álcool 70%, e todas as ações de orientação são feitas nos ambientes externos das casas.

APP Sampa Dengue ajuda no diagnóstico
Criado pela Covisa e disponível para celulares com sistema Android ou iOS, o aplicativo Sampa Dengue tem sido um grande aliado de médicos e enfermeiros da rede pública de saúde no atendimento aos casos suspeitos da doença.

“Os profissionais de saúde que optam por utilizar a plataforma têm uma ferramenta que permite a classificação de risco e manejo clínico, especialmente da hidratação, com mais agilidade e eficiência”, explica Vivian Ailt, do Núcleo de Doenças Transmitidas por Vetores e Outras Zoonoses, da Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE), da Covisa.

Com as informações de idade, sexo, comorbidades, sintomas e sinais clínicos e peso do paciente com suspeita de dengue, a ferramenta indica qual a classificação recomendada e o risco da doença. Depois, mostra as condutas necessárias para o caso, como hidratação (inclusive já calculando o volume necessário para aquela pessoa), necessidade de exames complementares, terapia intensiva, parâmetros para o acompanhamento, entre outras ações de tratamento.

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