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A cultura japonesa é geralmente conhecida no Ocidente pela sua vertente exótica das gueixas e samurais ou pelo aspecto meditativo representado pelo zen-budismo. Atualmente, a globalização provoca a homogeneização das culturas, e a arte pop e a culinária japonesas não são estranhas aos brasileiros. Mangá, anime, sushi e sashimi são palavras comuns tanto no Japão quanto deste lado do planeta.

Para se ter um melhor conhecer da cultura japonesa, sem cair na cilada do exotismo, a Biblioteca Mário de Andrade organizou, sob a curadoria de Michiko Okano, cinco palestras sobre a cultura japonesa, três de arte tradicional japonesa – cerimônia do chá, caligrafia shodô e arte/culinária – e duas sobre o diálogo entre o Japão e o Ocidente – música e tatuagem.


Dia 22 de setembro – segunda
Palestra de Michiko Okano – Arte e culinária japonesa: similaridades

A palestra aponta algumas similaridades possíveis de serem encontradas na arte e culinária japonesas. Peculiaridades como o culto ao natural, a hibridização, a ornamentação, a graciosidade e a estética do mínimo essencial são algumas delas. Hibridizações entre os elementos japoneses e estrangeiros, no primeiro momento, com a China e, no segundo, com o Ocidente, estão presentes nos dois campos apresentados.

MICHIKO OKANO é arquiteta formada pela FAU-USP, mestre e doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Foi professora de língua japonesa na Aliança Cultural Brasil Japão, assessora cultural sênior da Fundação Japão e é atualmente professora de História da Arte da Ásia e do curso de pós-graduação em História da Arte na Universidade Federal de São Paulo.


Dia 23 de setembro - terça
Palestra de Luiz Fukushiro - Entre silêncios: a influência da música japonesa no Ocidente

A riqueza da tradição musical japonesa se expressa por sua variedade de estilos e gêneros, o que inspirou o mundo quando o Japão abriu seus portos. Com as trilhas dos filmes de Akira Kurosawa e as animesongs, o shakuhachi e o karaokê, cheios de novos sons que pareciam exóticos ao ouvido ocidental, o Japão ensinou um novo modo de ouvir e compor: dar atenção aos silêncios, às texturas dos sons e aos timbres.

LUIZ FUKUSHIRO é mestrando da FE-USP, onde estuda música e formação do indivíduo e coordena o núcleo de música do lab_arte, laboratório experimental de arte-educação e cultura. Membro do Musimid, Centro de Estudos de Música e Mídia, atua profissionalmente como jornalista e designer gráfico.


Dia 24 de setembro - quarta
Palestra de Erika Kobayashi – Cerimônia do chá: o encontro das artes na arte do encontro

A cerimônia do chá surgiu no Japão no século XVI e consiste no ato de um anfitrião preparar um chá ao seu convidado. Sua intenção é muito mais a celebração de um encontro que um ritual, como interpretada no Ocidente, pois o chá é feito em silêncio e com movimentos lentos. A palestra aborda esses aspectos e mostra como a cerimônia do chá reúne diversos elementos da cultura japonesa, como zen-budismo, cerâmica, conceitos estéticos e arquitetônicos.

ERIKA KOBAYASHI é jornalista formada pela ECA-USP e concluiu seu mestrado em Sociologia na Universidade Paris Descartes – Paris V – Sorbonne. Além de pesquisar cultura japonesa, é uma das principais referências em chá no Brasil, tendo realizado cursos em L’École du Thé (Paris) e também com a especialista Jane Pettigrew (Londres). Desde 2011, é praticante de cerimônia do chá na tradicional Escola Urasenke.


Dia 25 de setembro - quinta
Palestra de  Karina Takiguti - O percurso da tinta: tatuagem japonesa no Brasil

Mediante o destaque da tatuagem japonesa em convenções e exposições internacionais, a palestra traz conhecimentos sobre os seus antecedentes históricos e as principais características dos seus estilos. Com esse repertório, serão apresentados os desdobramentos contemporâneos da tatuagem no Brasil, em um diálogo com o trabalho dos tatuadores Jeizel Seidy, Horishion, Massao Nissiuti, Misi, Pato e Vinicius Lima.

KARINA TAKIGUTI é mestranda e bacharela em História da Arte pela Unifesp. Foi educadora da 29ª Bienal; monitora do Curso de Formação de Professores da Região de Pimentas e seu Entorno, merchant na Photoarts Gallery e professora de História da Arte na Universidade Aberta da Pessoa Idosa. Atualmente é coordenadora de cursos no Atelier Paulista.


Dia 26 de setembro - sexta-feira
Palestra de Rafael Tadashi Miyashiro - Gestos da escrita: os múltiplos olhares da caligrafia japonesa

A caligrafia japonesa é uma das artes mais tradicionais do Japão. A partir do ideograma, são criados trabalhos que variam do mais tradicional ao mais expressivo e contemporâneo, tão diversos quanto as pessoas que os escrevem. Essa diversidade revela a essência mais profunda da caligrafia: uma arte do gesto único, cujos traços expressam vida, decisões e potências. Serão dados exemplos de artistas e calígrafos, tanto do Japão quanto do Brasil.

RAFAEL TADASHI MIYASHIRO é designer gráfico formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Artes pela Unicamp, com pesquisa sobre caligrafia japonesa, atualmente cursa o doutorado em Artes Visuais nessa mesma universidade. Atua também como docente no curso de Design na Universidade Presbiteriana Mackenzie.