Prefeitura de São Paulo

Romance de Formação: caminhos e descaminhos do herói
(palestra)
Dias 4, 11, 18 e 25, sábado, das 10h às 12h
Local: Auditório

O tema da “formação” do indivíduo e do desenvolvimento de suas potencialidades sempre exerceu extraordinário fascínio sobre os romancistas. Constituiu-se uma tendência universal na literatura colocar em cena personagens em processo de amadurecimento, aperfeiçoamento, aprendizagem, educação, não importando se o “caminho de formação” narrado conflui para um desfecho positivo ou se fracassa inteiramente.

Este ciclo de palestras se propõe a discutir a partir de uma perspectiva histórica e literária o “romance de formação”. As palestras enfocam os mais significativos títulos da literatura mundial, oferecendo aos participantes a possibilidade de um contato aprofundado com obras-primas do gênero.

Curadores: Marcus Vinícius Mazzari e Murilo Marcondes de Moura
Programação

Dia 04 – sábado
Obra: A consciência de Zeno (1923)
Palestra de Fábio de Souza Andrade
Autor: Ítalo Svevo – (Trieste, 1861 — Motta di Livenza, 1928)

Dia 11 – sábado
Obra: Um retrato do artista quando jovem (1916)
Palestra de Munira Mutran
Autor: James Joyce (Dublin, 1882 – Zurique, 1941)

Dia 18 – sábado
Obra: Os rios profundos
Palestra de Marcos Piason Natali
Autor: José Maria Arguedas (Andahuayalas, 1911 – Lima, 1969)

Dia 25 – sábado
Obra: São Bernardo (1934)
Palestra de Erwin Torralbo Gimenez
Autor: Graciliano Ramos (Quebrangulo, 1892 -  Rio de Janeiro, 1953)

Fábio de Souza Andrade é bacharel em Ciências Sociais, mestre e doutor em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo, onde é professor. Publicou O engenheiro noturno: a lírica final de Jorge de Lima (Edusp, 1997) e Samuel Beckett: o silêncio possível (Ateliê, 2001), entre outros. De Samuel Beckett, traduziu e introduziu Fim de Partida (Cosac Naify, 2002), Esperando Godot (Cosac Naify, 2005) e Dias felizes (Cosac Naify, 2010).

Munira H. Mutran é professora associada do Departamento de Letras Modernas na Universidade de São Paulo, com mestrado, doutorado e livre docência pela mesma instituição. Diretora da Cátedra de Estudos Irlandeses W. B. Yeats, da Universidade de São Paulo. É coeditora do ABEI Journal, editora e autora de várias publicações sobre Estudos Irlandeses e autora de Álbum de Retratos – George Moore, Oscar Wilde e W. B. Yeats no fim do século XIX: um momento cultural (Fapesp, 2002).

Marcos Piason Natali possui mestrado e doutorado em Literatura Comparada pela University of Chicago e pós-doutorado em Literatura Hispano-Americana pela Universidade de São Paulo. É, desde 2003, Professor do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo, onde orienta pesquisa de iniciação científica, mestrado e doutorado. É pesquisador do CNPq e foi professor visitante na UAM (México) em 2009. Tem textos publicados sobre Juan Rulfo, José Lezama Lima, Tununa Mercado, José María Arguedas, Roberto Bolaño, Mario Bellatin.
         
Erwin Torralbo Gimenez é professor de Literatura Brasileira da Universidade de São Paulo, onde defendeu o doutorado em Letras com a tese Graciliano Ramos: o mundo coberto de penas. É autor de artigos sobre o escritor, como Graciliano Ramos: uma poética da insignificância (Revista Estudos Avançados, vol. 23, n. 67, 2009).

A luta é contínua
(palestra)
Dia 6, segunda-feira, às 16h30
Local: Auditório

Em maio, comemora-se um ano da promulgação da Lei de Acesso à Informação e da criação da Comissão Nacional da Verdade. Em parceria com o Sistema Municipal de Bibliotecas, a Biblioteca Mário de Andrade participa da programação especial sobre o período do governo militar no Brasil. A palestra conta com a presença e o depoimento da ex-presa política Rita Sipahi e busca mostrar a perspectiva daqueles que resistiram ao regime militar.

Rita Sipahi
Natural de Recife. É advogada, servidora municipal aposentada e conselheira da Comissão da Anisita. Foi dirigente da UNE, militante da Juventude Universitária Católica e participou da estruturação da Ação Popular no Ceará. Durante a ditadura emigrou para São Paulo e Rio de Janeiro, foi sequestrada e presa pelas forças da repressão. Foi condenada pela Justiça Militar de São Paulo. Após a ditadura seguiu atuando junto a movimentos sociais.

Vozes da Literatura Portuguesa
(palestra)
Dia 21, terça-feira, das 16h às 18h
Local: Auditório

“Vozes da Literatura Portuguesa” é um programa da Casa Fernando Pessoa, realizado em parceria com a Biblioteca Mário de Andrade e o SESC São Paulo com o apoio cultural da Câmara Portuguesa de São Paulo e do Conselho da Comunidade Luso Brasileira, que apresentará  seis escritores portugueses publicados no Brasil: Ana Luísa Amaral, Gastão Cruz, José Luís Peixoto, Lídia Jorge, Patrícia Reis e Rui Zink,  representando diferentes gerações e gêneros literários. A Biblioteca Mário de Andrade receberá três dos escritores do programa para uma conversa sobre o que move a sua escrita com leituras de trechos de suas obras.

Lídia Jorge
Nasceu em Boliqueime, Algarve, em 1946. Licenciou-se em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa, e atua como professora do Ensino Secundário. É considerada uma das escritoras mais representativas da Literatura Portuguesa do pós-Revolução de 25 de Abril. Estreou-se com O Dia dos Prodígios (1980), obra considerada um marco de inovação no campo ficcional. Com a Costa dos Murmúrios (1988), publicado no Brasil pela Ed. Record, seu nome ganha projeção internacional. Os seus últimos romances, O Vale de Paixão (1998), O Vento Assobiando nas Gruas (2002), editado também no Brasil pela Record, e Combateremos a Sombra (2007) obtiveram os grandes prêmios portugueses atribuídos ao romance, como o Grande Prêmio da Associação Portuguesa de Escritores, Prêmio do PEN Club português, Prémio Dom Dinis da Casa de Mateus, Prêmio Correntes d’Escritas, ou o Prêmio Millenium da Sociedade Portuguesa de Autores. Os seus livros encontram-se traduzidos em mais de vinte línguas, tendo recebido vários prêmios internacionais entre os quais, Jean Monet - Escritor Europeu do Ano 2000, Charles Bisset, na França, e o  Albatroz da Fundação Günter Grass 2005, na Alemanha, pelo conjunto da obra. A Costa dos Murmúrios foi adaptado ao cinema por Margarida Cardoso e A Noite das Mulheres Cantoras, seu último romance, acaba de ser publicado pela Editora Leya Brasil.

Rui Zink
Nasceu em Lisboa, em 1961. Escritor, tradutor e professor no Departamento de Estudos Portugueses da Universidade Nova de Lisboa, tem mais de vinte obras publicadas. Algumas delas traduzidas para inglês, alemão, hebraico, japonês, romeno, italiano, sérvio, croata e francês. Entre romances, novelas, contos e novelas gráficas, é autor de Homens-Aranhas (1994), Apocalipse Nau (1996), O Suplente (1999), Os Surfistas (2001), O Anibaleitor (2006), O Destino Turístico (2008 — Prêmio Ciranda), A Arte Suprema (1997 — Prêmio Melhor Livro Amadora BD) e Rei (2007; em coautoria com Antônio Jorge Gonçalves). Recebeu o Prêmio do P.E.N. Clube Português, pelo romance Dádiva Divina (2005), publicado no Brasil pela Planeta em 2007). Em 2012 publicou um livro de não ficção e outro de ficção: Luto pela Felicidade dos Portugueses e A Instalação do Medo.

Patrícia Reis
Patrícia Reis nasceu em Lisboa, em 1970. Começou a sua carreira jornalística em 1988 no semanário O Independente, passou pela revista Sábado e estagiou na revista norte-americana Time, em Nova Iorque. Escreveu a curta biografia de Vasco Santana e o romance fotográfico Beija-me (2006), em co-autoria com João Vilhen e a novela Cruz das Almas (2004). É também, autora dos romances Amor em Segunda Mão (2006), Morder-te o Coração (2007),  finalista do Prêmio Portugal Telecom de Literatura.

Inês Pedrosa (mediação)
Inês Pedrosa nasceu em 1970, em Coimbra. É licenciada em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa. Trabalhou em vários jornais (O Jornal, JL, O Independente, Expresso) e revistas (Marie Claire, onde foi diretora durante 3 anos). O seu primeiro romance, A Instrução dos Amantes, foi publicado em 1992, e nele traçava as estratégias da vida adulta sobre um microcosmos de adolescentes suburbanos. Seus romances Nas tuas mãos, (1997); Fazes-me falta (2002); A eternidade e o desejo (2008); e Os íntimos (2010), finalista do Prêmio Portugal Telecom 2011, foram publicados no Brasil pela Alfaguara. Lançou, em Portugal ano passado, pela editora D. Quixote, o romance Dentro de ti ver o mar.

Festival de Flauta Doce
(apresentação musical)
Dia 31, sexta-feira, das 12h30 às 13h30
Local: Auditório

O ENFLAMA - Encontro Nacional de Flauta doce chega a sua sétima edição, com a participação de flautistas profissionais, estudantes, amadores e amantes do instrumento em uma programação cujo tema será Excelência na performance: novos caminhos para a flauta doce.  Serão realizadas palestras, discussões, trabalhos acadêmicos, master classes e apresentações musicais desse instrumento infinito em suas possibilidades. A Biblioteca Mário de Andrade, parceira do festival, oferece o concerto:

A Flauta Eagle - Adriana Breukink e Rafael dos Santos

Rafael dos Santos
É Doutor em Música/Piano pela Universidade de Iowa - EUA, sob a orientação do Prof. Daniel Shapiro. É Professor do Departamento de Música, Instituto de Artes da UNICAMP, onde participou da criação do curso de Música Popular. Coordena o Grupo de Pesquisa Musica Popular: História, Produção e Linguagem. Atua regularmente como solista, arranjador, maestro, compositor, com mais de 10 CDs gravados, dois quais 2 pelo selo Dabliú e um pelo Selo SESC.

Adriana Breukink
Começou a tocar flauta doce com apenas nove anos. Quando adolescente, ela já sabia que queria ser uma construtora de flauta doces [luthier], mas ainda não havia disponível uma formação adequada para isto. Aos 16 anos, ela iniciou seus estudos no Conservatório de Roterdam na Holanda, três anos mais tarde, ingressou no Conservatório Real de Haia. Nos últimos anos, ela tem desenvolvido novos instrumentos, como a subcontrabaixo em si bemol de 3 metros (10 pés) de comprimento, as flautas doces dos "sonhos" [dream recorders] e a famosa flauta doce Eagle.

Mais informações no site  http://enflama.quintaessentia.com.br