Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa
De performance japonesa a dança colombiana: a programação internacional do Visões Urbanas
De 6 a 22 de junho, a cidade de São Paulo recebe a 16ª edição do Visões Urbanas - Festival Internacional de Dança em Paisagens Urbanas, com apresentações em diversos locais públicos. O evento, que tem como proposta repensar a ocupação artística do espaço urbano, traz companhias e artistas do Brasil, Colômbia, Canadá, Portugal, Bélgica, Espanha e Japão.
Criado pelos artistas e pesquisadores Ederson Lopes e Mirtes Calheiros e realizado pela Cia. Artesãos do Corpo, o festival apresenta espetáculos de dança contemporânea especialmente concebidos para locais não convencionais. Ao longo de 15 edições, o evento já recebeu artistas de diversos estados brasileiros e de mais de 15 países.
Programação no Arquivo Histórico Municipal
Nos dias 6, 7 e 14 de junho, o Arquivo Histórico Municipal será palco de diversas apresentações gratuitas:
06/06 (sexta-feira)
20h30: Minguantes - "La Guaijira" Armando Martin e Ana Beatriz Pérez (Espanha)
20h50: De-Tale - Dai Matsuoka (Japão)
07/06 (sábado)
14h30: Duo Para 2 Perdidos - Cia Dual (São Paulo/Diadema)
15h: In(tensões) - Cia Palácio das Artes (Belo Horizonte)
15h40: Ghost - Marrafa Dance Company (Portugal/Bélgica)
16h: Flapping - Margarita Maria Milagros e Juan Kiroga (Colômbia/Canadá)
14/06 (sábado)
15h: Ophelia [Te]ctônica & Hamlet em Necrópolis - Taanteatro Companhia (São Paulo)
16h: Só se for agora - Núcleo Improvisação em Contato (São Paulo)
20h: Estranhos Seres Nebulosos e Ilusórios - Cia. Artesãos do Corpo (São Paulo)
De-tale - Dai Matsuoka (Japão)
Sexta-feira, 06/06, às 20h30
Estreada na Kanagawa Arts Theater Exhibition 2017, De-tale é uma performance solo de Butoh de Dai Matsuoka, dançarino e coreógrafo que pertence a Sankaijuku desde 2005. A peça foi planejada para misturar as emoções primitivas que os movimentos simples do corpo poderiam estimular com a intensidade da linguagem acumulada de Butoh.
Ficha Técnica
Coreografia/Direção/Atuação: Dai Matsuoka
Imagem de vídeo: Akira Miyanaga
Imagem original: Natsunosuke Mise
Figurino: Taka Enomoto
Música: Pan Sonic, John Hopkins
Minguantes - "La Guaijira" Armando Martin e Ana Beatriz Pérez
Sexta-feira, 06/06, às 20h30
Minguantes é uma peça de dança contemporânea que mergulha no universo temporal de dois indivíduos que envelhecem. Corpos que se cruzam no caminho das mudanças onde tudo parece andar mais rápido que o habitual e onde correr pode já não ser uma opção. Outra galáxia os espera... Numa perspectiva minimalista e futurista, o corpo se apresenta como uma máquina motorizada insubstituível, engrenagens com prazo de validade, falhas no sistema operacional, o eterno debate entre querer e poder, e dentro delas o desejo firme de continuar. O mínimo que podem fazer é parar para contemplar o mundo, o máximo que querem é continuar caminhando. Quando tudo parar, ouça o animal encolhido, você sentirá a beleza do seu silêncio.
Ficha técnica
Autoria, interpretação e direção: Armando Martén e Ana Beatriz Pérez
Espaço sonoro: Ismael Berdei
Texto de narração: Rocío González
Figurino: Ruth D. Pereira e Santos Salgado
Fotografia: Raquel Castro
Produção: La Guajira
Distribuição: La Guajira
Duo Para 2 perdidos - Companhia/Artista: Cia Dual (São Paulo | Diadema-SP)
Sábado, 07/06, às 14h30
Baseado no universo do texto teatral "Dois Perdidos Numa Noite Suja", de Plínio Marcos, o espetáculo Duo Para Dois Perdidos aborda a relação entre dois mundos corporais distintos em choque e diálogo a partir de suas singularidades.
O espetáculo realiza interfaces com a dança e o teatro e lança olhares para um vocabulário corporal que evidencia contrastes. No entanto, propõe que as corporalidades se assumam em suas plenas capacidades, eficiências e virtuoses. Concebido para apresentações no espaço urbano, os dois bailarinos propõem uma escrita dramatúrgica que descola a superfície da realidade para revelar o brilho do ser humano em suas condições essenciais e em suas singelezas.
Ficha Técnica
Direção: Ivan Bernardelli
Coreografia: Hélio Feitosa e Ivan Bernardelli
Intérpretes: Hélio Feitosa e Ivan Bernardelli
Figurino: Fábio Namatame
Trilha sonora: Dê Portela
In(tensões) - Companhia/Artista: Cia Palácio das Artes (Belo Horizonte - MG)
Sábado, 07/06, às 15h
A representação das mulheres nas artes cênicas e nos bastidores emerge como uma força crítica e criativa que desafia estruturas patriarcais, dá voz às experiências femininas e promove a equidade de gênero. No espetáculo In(tensões), da Cia. Palácio das Artes, de Belo Horizonte (MG), o elenco masculino atua sob a direção do elenco feminino revisitando as obras de repertório da companhia. A partir dessa configuração, a obra se reinventa e se adapta aos espaços de apresentações.
Ghost - Companhia/Artista: Marrafa Dance Company – Luis Marrafa (Portugal-Bélgica)
Sábado, 07/06, às 15h40
Neste hipnotizante desfecho de 8 minutos, um homem recém-nascido emerge, deixando para trás a escuridão do passado. Vestido com cores renovadas, ele personifica a transformação e o renascimento. Em plena harmonia com a poderosa música de Bach, esta cena final eleva a jornada de Ghost, transitando da sombra para a luz, da fragmentação para a plenitude, encerrando a peça com um senso de transcendência e renascimento.
A versão completa da peça Ghost estreou em 2021 no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa. Em 2022, foi apresentada no Teatro Garcia de Resende, em Évora. Em 2024, integrou a programação de Les Brigittines, em Bruxelas, na Bélgica, e, em 2025, teve uma versão "short" exibida na Société Belge de Psychanalyse, em Kortenberg. Sempre recebendo um forte retorno emocional do público, a versão que será apresentada no Visões Urbanas 2025 tem sido a mais comentada. A peça Ghost foi reconhecida como uma das 10 melhores do ano em Portugal pelos prestigiados jornais Público e Expresso. Destaca-se ainda a colaboração especial do renomado Alain Platel como conselheiro artístico.
Ficha Técnica
Interpretação de Coreografia Conceitual: Luis Marafa
Conselheiro artístico: Alain Platel
Música: J.S. Bach por David Fray com a Deutsche Kammerphilharmonie Bremen. Um livro coral para J.S. Bach, de Stuttgart Gachinger Kantorei.
Música original: Luis Marafa
Design luz: Zeca Iglésias
Figurino: Catarina Morla e Luis Marrafa
Operador de drone: Petra Van Gompel
Filme fotográfico e edição: Luis Marafa
Obrigado a: Alain Platel, Petra Van Gompel, Bruno Marchand
Produção: Companhia de Dança Marrafa
Apoio: os balés C de la B
Flapping - Companhia/Artista: Margarita Maria Milagros e Juan Kiroga (Colômbia-Canadá)
Sábado, 07/06, às 16h
Inspirada na ação de voo de um pássaro, a peça Flapping representa "o voo de uma mulher": a sua fase preparatória, as suas tentativas de levantar voo, a sua subida progressiva, o êxtase do voo, a descida e a queda.
A artista criou sequências de movimentos improvisados a partir de diferentes padrões rítmicos de sapateado e compôs uma narrativa entre eles.
O compositor toma o sapateado como unidade mínima de significado. A partir dessa unidade rítmica mínima, o compositor recria diferentes ecossistemas sonoros, nos quais "o voo do pássaro" e seus estágios emocionais evoluem.
Ficha Técnica
Direção, concepção e performance: Margarita María Milagros
Composição, interpretação e concepção sonora: Juan Kiroga
Ophelia [Te]ctônica & Hamlet em Necrópolis - Companhia|Artista: Taanteatro Companhia (São Paulo – SP)
Sábado, 14/06, às 15h
Ophelia [Te]ctônica & Hamlet em Necropolis encena o encontro dos personagens shakespearianos contra o horizonte das necropolíticas da atualidade: algo está podre no Antropoceno! Em interação com o ambiente, a performance traz o atravessamento das jornadas socioafetivas de Ophelia e Hamlet: ela, no mergulho rumo às profundezas de um planeta em perigo de devastação; ele, na meditação sobre as violências genocidas difundidas sobre a face da Terra. O cruzamento de seus caminhos evoca questionamentos existenciais e éticos. O hipertexto da performance associa fragmentos de Shakespeare e Heiner Müller, falados ao vivo e em off, com glossolalias, sonoridades sinfônicas e eletroacústicas com a linguagem corporal do 'teatro coreográfico de tensões', de Maura Baiocchi.
Ficha Técnica
Direção e Voz Off: Maura Baiocchi
Performers: Mabalane Jorge Ndlozy e Mônica Bernardes
Textos: William Shakespeare e Heiner Müller - trechos selecionados por M. Baiocchi
Trilha sonora: Wolfgang Pannek
Técnica e Operação de Som: Lays Somogyi
Produção: Wolfgang Pannek e Mônica Bernardes
Só se for agora - Companhia|Artista: Núcleo Improvisação em Contato (São Paulo-SP)
Sábado, 14/06, às 16h
A relação entre o conhecido e o imprevisível estão presentes nessa obra, envolvendo corpos que se encontram e tem a improvisação e o contato físico como meio de comunicação na impermanência do instante. Com ou sem acordos prévios, sabemos que nunca dançamos sozinhas. Revelar o invisível através da dança expressa-se na relação entre corpo, espaço, poesia e música, e assim, conecta passado, presente e futuro. "Só se for agora" é um espetáculo em que criamos a estética desses recortes elencados, preenchendo ou aceitando as lacunas da consciência enquanto nos movemos, emaranhados pela poesia do contato improvisação que expressa tamanha potência nos seus diálogos.
Ficha Técnica
Direção e concepção: Ricardo Neves.
Elenco: Dom Gabriel, Dres Aguilera, Isadora Prata, Mariana Taques e Ricardo Neves.
Música ao vivo e poesia: Fernanda D'Umbra e Sergio Arara.
Figurino: Núcleo Improvisação em Contato.
Estranhos Seres Nebulosos e Ilusórios - Companhia|Artista: Cia. Artesãos do Co rpo (São Paulo-SP)
Sábado, 14/06, às 20h
Criação livremente inspirada na série de fotografias "Escultura do inconsciente" do fotografo Tatewaki Nio. Em meio ao caos, Nio captura paisagens suspensas no tempo, aparentemente desocupadas, repletas de sombras, de sobras, de texturas atemporais e de inacabamentos.
Atravessados pelo vento, pelos sons, pelo fluxo de pessoas, pelo cimento, pelo desmonte, pela destruição de horizontes a Cia Artesãos do Corpo esteve 4 meses em residência na Praça das Artes criando, nesse ambiente de muitas camadas, imagens, aparições, movimentos até surgirem, envoltos em uma cidade que os abriga, Estranhos seres nebulosos e ilusórios
Os intérpretes buscam um corpo cênico que dialogue com as idéias de demolição, implosão, desconstrução, ocupação, despejo e deslocamento, em uma paisagem impermanente feita de memórias, sombras, vestígios e ausências. Porque ao final, mesmo que o pior aconteça, será esquecido e os que nada sabem sentarão na grama que um dia foi palco de luta para apreciar o céu.
Ficha Técnica
Direção: Mirtes Calheiros
Intérpretes: Dawn Fleming, Ederson Lopes, Fany Froberville, Gabriel Góes, Hiro Okita, Hiromi Tasato, Leandro Antonio e Mirtes Calheiros
Pesquisa Musical e sonoplastia: Marcelo Catelan
Luz: Carlos Gaucho
Fotos: Fábio Pazzini
Arte gráfica: Bruno Pucci
Serviço:
16º Visões Urbanas - Festival Internacional de Dança em Paisagens Urbanas
Data: 6 a 22 de junho de 2025
Locais: as atrações publicadas acima acontecerão no Arquivo Histórico Municipal Praça Cel. Fernando Prestes, 152 - Bom Retiro
Entrada gratuita
Classificação livre
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