Prefeitura de São Paulo

Os prédios “redondinhos” de Heliópolis terão paredes circulares. Os futuros moradores não sabem como decorá-los. Para resolver as dúvidas, a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) decorou um apartamento-modelo e o abriu à visitação, criando uma espécie de showroom.

Estrelas da urbanização de Heliópolis (Zona Sudeste) – a maior favela de São Paulo, com 100 mil habitantes –, os “redondinhos” são o apelido dos prédios circulares que o arquiteto Ruy Ohtake projetou e que a Prefeitura está construindo na área. O apartamento-modelo vai ficar decorado até a entrega do primeiro prédio, o condomínio 2 do Sabesp 1, que terá 162 unidades e está previsto para receber moradores em julho.

“Como decorar um apartamento que tem as paredes do envoltório circulares, e não reticuladas? Esse era um questionamento grande dos moradores, então decidimos fazer a decoração de um deles e mostrar ao público”, conta a arquiteta Vanessa Padiá, coordenadora do projeto de urbanização de Heliópolis.

Construtora da obra, a Construbase adquiriu os móveis e eletrodomésticos. “Tudo foi comprado em grandes magazines. Queríamos mostrar que é possível decorar bem uma casa, procurando redes que oferecem preços dentro do universo da classe C”, diz Vanessa.

TV de LCD, laptop, geladeira, máquina de lavar roupas e fogão de última linha fazem parte do projeto – porque esse público investe bastante em eletroeletrônicos, explica a arquiteta.

“Os moradores não conseguiam visualizar como colocar um sofá, uma mesa ali dentro. Com essa iniciativa de decoração, mostramos que esses apartamentos de 50 m2 podem comportar muito bem uma família de cinco pessoas”, diz Sueli Pace Girardi, coordenadora do trabalho social da Regional Sudeste (Habi-Sudeste) da Sehab.

A proposta de auxiliar na decoração das moradias será uma prática comum nos projetos de urbanização de favelas da Sehab – Real Parque (Zona Sul) e o Comandante Taylor, outro empreendimento que está sendo erguido em Heliópolis, também terão unidades-modelo decoradas.

“Queremos fazer projetos de habitação social que não deixem nada a desejar em relação ao mercado, tanto em termos de arquitetura e urbanismo como de decoração”, observa Sueli.