Prefeitura de São Paulo

     O número de pessoas que compõe as famílias moradoras no Projeto Paraisópolis será apresentado tendo como universo 16.270 imóveis residenciais e não pelo seu total 17.730. Isto se deve a um número de 1.460 famílias que não responderam ao cadastro único, pois não foram encontrados em casa ou porque se negaram a responder ao cadastro. Este total de 1460 famílias que não responderam ao cadastro se refere aos dados totais do Projeto, sendo 1.173 na Favela Paraisópolis, 15 no aglomerado Porto Seguro e 272 na Favela Jardim Colombo. 
    
     Ressalta-se que o maior percentual (24,0%) está concentrado nas famílias compostas por 3 pessoas, seguido por 20,9% com 4 pessoas e 18,4% com 2 pessoas.
    
     O percentual de pessoas que moram só (13,6%) e o de famílias compostas por 5 pessoas (12,5%), são muito próximos. Observa-se um decréscimo das famílias mais numerosas, indicado pela queda dos percentuais quando se trata de famílias compostas por mais de 5 pessoas. O número médio de pessoas por família no Projeto Paraisópolis é de 3,41, valor esse que se mantém no Porto Seguro e na Favela Jardim Colombo. 
  

     A análise do número de moradores do total do Projeto quanto à idade e ao sexo constata o predomínio de moradores de ambos os sexos, na faixa etária de 26 a 39 anos. Cabe destacar o baixo número de pessoas com mais de 60 anos (1,77%) e somando as faixas de 0 a 39 anos, tem-se que 84,59%, o que permite afirmar que a população moradora é jovem.

Fonte: Hagaplan/Sondotécnica – 2005 

     Quando é abordada a questão do responsável pela família, no total do Projeto 58% é exercido por homens e 42% por mulheres.

Fonte: Hagaplan/Sondotécnica – 2005

      É interessante destacar que quando a faixa etária aumenta, cresce o número de mulheres responsáveis pelas famílias. Isso ocorre na faixa entre 40 e 59 anos (29,98%) em contraponto com os homens (25,65%). Também acima de 60 anos o percentual de mulheres responsáveis pelas famílias sobe para 4,85% enquanto os homens representam 3,14%.

Fonte: Hagaplan/Sondotécnica – 2005

      O Projeto Paraisópolis possui 31.229 moradores com idade acima de 15 anos que não freqüentam escola, sendo que destes, 1.231 não forneceram informação sobre a escolaridade. 

     O percentual mais alto (16,5%) informa ter estudado até a 4ª série do Ensino Fundamental, vindo a seguir 12,1% com até a 5ª série do Ensino Fundamental. Além destes, 10,6% afirmam possuir Ensino Médio completo, e aparecem também o Superior Incompleto com 0,5% e o Superior Completo com o mesmo percentual de 0,5%.

     Se considerarmos o Ensino Fundamental completo, ou seja, até a 8ª série, os percentuais daqueles que o concluíram é baixo, ou seja, 9,7% da população acima de 15 anos. Verifica-se também que 60,2% da população iniciou e não concluiu o Ensino Fundamental, o que é um dado muito expressivo. Segundo dados da Fundação Seade, 6% da população no Município de São Paulo em 2000, não completaram o Ensino Fundamental. No distrito de Campo Limpo, 24,6% dos jovens de 15 a 16 anos não freqüentam a escola, salientando que 2% dos jovens do Município estão em Campo Limpo e 10,3% da população de Campo Limpo são jovens com idade entre 15 e 19 anos.

     Analisando o grau de escolaridade das favelas que compõem o Paraisópolis, os percentuais se mantêm, com exceção daqueles que possuem superior incompleto; a favela Paraisópolis e o Jardim Colombo possuem o mesmo percentual (0,5%), e o Porto Seguro apresenta 0,1%. No Superior Completo a situação se repete enquanto as favelas Paraisópolis e Jardim Colombo possuem 0,5% e 0,7%, e no Porto Seguro ninguém concluiu a faculdade.

     Do total de 9.126 crianças de até 6 anos, 2.982 dessas crianças (32,7%) nessa faixa etária freqüentam a escola, enquanto 6.115 delas (67%) não freqüentam. O percentual mais expressivo com relação aos que freqüentam a escola fica concentrado na faixa etária entre 7 e 14 anos com 8.910 crianças (93,9%), do total de 9.493 crianças nessa faixa etária. A seguir temos 2.887 (69,7%) entre 15 a 18 anos que freqüentam a escola.
 

 Fonte: Hagaplan/Sondotécnica – 2005

     Concluindo, verifica-se que após os 18 anos de idade diminui o percentual de freqüência à escola. Na faixa de 15 a 18 anos, a não freqüência é um dado mais preocupante porque em geral esses adolescentes já estão contribuindo para a renda familiar.

     O Projeto Paraisópolis possui 6.690 menores entre 0 a 14 anos que não freqüentam escolas (creches, EMEIs, escolas, etc). Dentre os motivos alegados pelos entrevistados para justificar a não freqüência na faixa de 0 a 6 anos, chama a atenção que 37,4% alegam “não conseguir vaga”, o que significa a falta de escolas para essa faixa etária na região. Outros 52,96% (somando-se os que alegaram outros motivos, não tem interesse e não tem tempo) demonstram que possuem alternativa para as crianças dessa idade não irem à escola. Tratando-se dos menores de 7 a 14 anos que não freqüentam a escola, temos 575 crianças fora dela.

     O motivo informado é que 51% dizem não conseguir vaga. Outro dado que se destaca com 11,8% é o daqueles que trabalham, por isso não têm tempo de estudar. Entre os que apresentam motivos variados como “não tem interesse”, “já estudou o suficiente”, se somados chegam a 30,9% dos que estão fora da escola.

     Foi declarado que 226 menores entre 7 e 14 anos são analfabetos, o que corresponde a 3,4%.