Secretaria Municipal da Saúde

Agosto Dourado – Mês do Aleitamento Materno

Criança e Adolescente:

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS) dedica-se anualmente a incentivar e apoiar a amamentação. Porém, no mês de agosto essas ações se intensificam para sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre a importância do aleitamento materno para a saúde do bebê e de sua mãe.

O mês de agosto é conhecido como “Agosto Dourado” por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação – a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno.

O leite materno é o alimento completo pela sua composição química, nele que estão contidas todas as proteínas, vitaminas, gorduras, água e os nutrientes necessários para o saudável desenvolvimento dos bebês. Satisfaz todas as necessidades do recém-nascido nos primeiros seis meses de vida, inclusive de água. É de fácil digestibilidade, sendo, portanto, mais rapidamente absorvido pelo bebê, que, mamando com maior frequência, aumenta a produção do leite. Protege contra infecções respiratórias e diarreia, diminui o risco de alergias, hipertensão, diabetes e hipercolesterolemia e tem grande impacto sobre a morbimortalidade infantil. Melhora o desenvolvimento cognitivo, da saúde bucal e fonoaudiológica. Amamentar fortalece os vínculos afetivos entre a mãe e o bebê. Para a mãe, protege contra o câncer de mama e auxilia no efeito contraceptivo.

A recomendação da Organização Mundial de Saúde, adotada pelo Ministério da Saúde, pela Sociedade Brasileira de Pediatria e pela Secretaria Municipal da Saúde, é que o Aleitamento materno seja praticado de forma exclusiva até o 6º mês de vida e, a partir de então, continuado com a introdução da alimentação complementar por até 2 anos ou mais, se mãe e criança assim desejar (OMS, 2001).

A amamentação não precisa ser um processo solitário entre mãe e filho. Pais, familiares, amigos, profissionais da saúde e toda a rede de apoio podem ajudar no processo de aleitamento materno e garantir o prolongamento dessa prática.
Na capital, há uma rede de bancos de leite humano que faz a coleta, pasteurização e distribuição do alimento e garante a sobrevida de crianças prematuras e/ou de baixo peso no município.

Clique aqui para encontrar o banco de leite mais próximo.

Saiba mais: “Agosto Dourado" reforça a importância do aleitamento materno

 

Saúde Nutricional:

As unidades Básicas do Município de São Paulo (UBS) são orientadas a realizarem ações de incentivo ao Aleitamento Materno (A M) em grupo de gestantes e puérperas, abordando temas como a importância do aleitamento, manejo da amamentação, introdução de alimentos complementares, entre outros. As UBS contam com equipe multiprofissional que realizam acolhimento e apoio aos desafios nos primeiros dias do AM e a sua promoção e manutenção. Algumas unidades, em especial as que possuem equipe de Estratégia Saúde da Família, realizam visitas domiciliares as puérperas com dificuldades em amamentar.

Segundo o Guia da Alimentar da População Brasileira, O LEITE MATERNO É NOSSO PRIMEIRO ALIMENTO. A recomendação é que as crianças sejam amamentadas até dois anos de idade ou mais. E, enquanto a criança estiver em amamentação exclusiva, ou seja, até os 6 meses de vida, nenhum outro tipo de alimento precisa ser oferecido: nem líquidos, como água, água de coco, chá, suco ou outros leites; nem qualquer outro alimento, como frutas, verduras, papinha e mingau. Mesmo em regiões secas e quentes, não é necessário oferecer água às crianças alimentadas somente com leite materno, pois ele possui toda a água necessária para a hidratação nesse período. Em dias quentes, a criança poderá querer mamar com mais frequência para matar a sede.

Aleitamento Materno no Brasil e no Município de São Paulo

Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos


Saúde da Mulher1:

Sem dúvida alguma a amamentação é a melhor forma de alimentar a criança pequena e políticas e ações de saúde se dedicam a orientar que se previna o desmame precoce.
É de grande importância para as equipes de saúde que conheçam os benefícios da lactação para a saúde pessoa que amamenta. Sabe-se pouco acerca dos benefícios do aleitamento materno para a mulher, e por isso este tema deve constituir um importante objeto de estudo. Esse conhecimento poderá ser utilizado em diversas situações.

Câncer de mama

Estudos realizados em 30 países envolvendo cerca de 50 mil mulheres com câncer de mama sugerem que o aleitamento materno pode ser responsável por 2/3 da redução estimada no câncer de mama. A amamentação foi tanto mais protetora quanto mais prolongada. Estimou-se que a incidência de cânceres de mama nos países desenvolvidos seria reduzida a mais da metade (de 6,3 para 2,7%) se as mulheres amamentassem por mais tempo.

Câncer de ovário

Sabe-se que o câncer ovariano é um dos mais letais, com mais perdas do que o câncer do colo do útero e do endométrio juntos. Em ordem decrescente de importância, os fatores de proteção associados ao câncer ovariano são: uso de contraceptivo oral; gravidez e amamentação.
Embora existam poucos estudos relacionando a prática de amamentar ao câncer de ovário, pode-se afirmar que o risco da doença é menor em pessoas que amamentam. Em estudo envolvendo 655 mulheres suecas de 50 a 74 anos encontraram proteção da amamentação contra um certo tipo câncer de ovário.

Fraturas por osteoporose

Durante a fase de lactação, a mulher produz de 600 a 1.000 ml de leite por dia, com uma perda média diária de cálcio de 200 mg, o que poderia levar, por exemplo, a fratura óssea por perda desse mineral, especialmente se a amamentação for exclusiva por 6 meses (como é recomendado). Seria plausível, portanto, supor que a amamentação aumente o risco de fraturas, já que as perdas de cálcio e as modificações hormonais ocorridas na gravidez e na lactação podem ser responsáveis por modificações ósseas que facilitem fraturas. Porém, sabe-se que na natureza tal perda se recupera no período de desmame e de retorno menstrual. De fato, a massa óssea mostrou-se com maior densidade mineral entre mulheres que amamentaram por mais de 8 meses, em estudo realizado em Minnesota, Estados Unidos.

Recuperação de peso pré-gestacional

A prática da amamentação exclusiva por 6 meses, conforme a recomendação da Organização Mundial da Saúde, contribui para uma perda de peso da mãe mais rápida. Em estudo realizado com 312 mulheres do sul do Brasil, foi demostrado que as mulheres que amamentaram de 6 a 12 meses apresentaram os menores índices de massa corpórea e medidas de prega cutânea. Além disso, as que amamentaram de forma exclusiva ou predominante tenderam a ser mais magras do que as que amamentaram parcialmente ou não amamentaram. É importante salientar que já foi demonstrado que a perda de peso das mulheres lactantes em amamentação exclusiva, que pode chegar a 500 g por semana entre a quarta e a 14ª semana, não interfere no crescimento dos bebês.

Amenorréia lactacional

A amenorréia lactacional refere-se ao período de amenorréia fisiológica que se segue ao parto nas mulheres lactantes. Durante a gravidez, ocorre a inibição da produção de leite, que é interrompida com a saída da placenta, com o conseqüente enchimento das mamas com colostro. Havendo sucção, há estímulo das terminações nervosas do mamilo e da aréola, que chegam até níveis cerebrais e num mecanismo de feed-back a lactação é mantida. Na lactação, o estímulo da sucção e o aumento do hormônio prolactina levam à interrupção do processo de ovulação.

Sabe-se que, nas populações onde a amamentação prolongada em livre demanda é a regra, os intervalos intergestacionais são grandes e a amenorréia lactacional é o "método anticoncepcional" natural.

Entre os vários fatores estudados que poderiam estar envolvidos na manutenção da infertilidade no período pós-parto, a sucção do bebê parece ser o mais importante. Foi observado que a ovulação não ocorre enquanto o bebê for amamentado por pelo menos seis vezes em 24 horas.

Uma vez que, com a introdução de qualquer outro fluido, o bebê tende a sugar menos na mãe, por ter sua fome e sede parcialmente saciadas por esses líquidos, é de se supor que a prática da amamentação exclusiva contribua para o retardo da volta da fertilidade. Estudo realizado em 1992 mostrou que o alimento complementar pode interferir na duração da amenorréia lactacional, mesmo que o número e a duração das mamadas se mantenham após a introdução da alimentação complementar.

Para que a mulher utilize a amamentação como prática contraceptiva, ela deve:

(1) estar nos primeiros 6 meses pós-parto;

(2) não ter menstruado;

(3) amamentar exclusivamente ou quase exclusivamente.

Essas recomendações continuam se apoiando no assim chamado Consenso de Bellagio, de 1988, baseado na revisão de todos os estudos sobre o tema publicados até aquela época. Segundo o Consenso, a amamentação fornece mais de 98% de proteção contra a gravidez nos primeiros 6 meses depois do parto se a mulher não tiver menstruado depois do 56o dia e se estiver amamentando exclusiva ou quase exclusivamente.

Assim sendo, indícios demonstram importantes benefícios da amamentação quanto à saúde da mulher, confirmando-se o menor risco de câncer de mama. O menor risco ocorre tanto para mulheres antes como depois da menopausa. Há evidências também da proteção da amamentação contra alguns tipos de câncer do ovário.

1Fonte: Marina F. Rea. Os benefícios da amamentação para a saúde da mulher. J. Pediatr. 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jped/a/8KfDC4ZjkNnpFNkkdd6yLZv/. Texto adaptado pela SMS/At. Saúde da Mulher (Dra. Sonia Raquel W C M Leal).


Saiba mais: Lei nº 13.435/2017, que institui o mês de agosto como o Mês do Aleitamento Materno no Brasil.