Secretaria Municipal da Saúde

Câncer Ginecológico

Área Técnica da Saúde Integral da Mulher

Nas últimas décadas tem ocorrido, em todo o mundo, significativo aumento da incidência do câncer de mama e consequentemente da mortalidade associada a esta neoplasia. A Organização Mundial da Saúde estima a ocorrência de 1.050.000 casos novos de câncer de mama, o que o torna o mais comum entre as mulheres no mundo.

O câncer de mama representa hoje um grave problema de saúde pública global. Principalmente no ocidente observa-se uma incidência crescente do câncer de mama, devido ao envelhecimento populacional e maior exposição da população a fatores de risco modificáveis. Nos países de renda média e baixa, ainda são observadas altas taxas de mortalidade por esse tumor.

A estimativa do INCA (Instituto Nacional de Câncer) em 2018 é de 59.700 novos casos no Brasil, com 14.206 mortes relacionadas ao tumor em 2013 (SIM). A ocorrência destes casos tem maior prevalência na região Sudeste do país (54% dos casos – estimativa de 68/100.000 mulheres). O Município de São Paulo deve ser responsável por aproximadamente 6.000 casos novos ano (95/100.000 mulheres). Verifica-se um aumento gradativo na incidência de casos de câncer de mama, principalmente nas mulheres acima dos 50 anos (77,5% dos casos ocorrem a partir da quinta década de vida), caracterizando a idade avançada como um dos principais fatores de risco não modificáveis em relação à incidência e sobrevida.

O coeficiente de mortalidade por Câncer de Mama no município de São Paulo foi de 20/100.000 habitantes/ano de 2016 para 18,7/100.000 habitantes/ano de 2017.
O câncer de mama é o resultado da interação de fatores genéticos com o estilo de vida, aspecto reprodutivo e o meio ambiente.

A prevenção primária do câncer de mama está relacionada ao controle dos fatores de risco modificáveis conhecidos, através da promoção de práticas e comportamentos considerados protetores.

Os fatores hereditários e os associados ao ciclo reprodutivo da mulher estão relacionados com menos de 5% dos casos de câncer de mama, não sendo passíveis de modificação por ações de saúde. Já os fatores de risco modificáveis, como alimentação inadequada, tabagismo, sedentarismo, obesidade, uso indiscriminado de hormônios, consumo de álcool, terapia de reposição hormonal são passíveis de mudança e responsáveis por mais de 95% dos casos de câncer mamário.

Medidas que podem contribuir para a prevenção primária da doença são: praticar atividade física regularmente, manter o peso corporal adequado, adotar uma alimentação saudável priorizando o aleitamento materno, o consumo de alimentos in natura, além de reduzir ou evitar o consumo de alimentos ultraprocessados e de bebidas alcóolicas. A adoção de hábitos saudáveis pode reduzir em até 28 % o risco de desenvolver câncer de mama.

A despeito dos avanços no conhecimento dos fatores epidemiológicos do câncer de mama e da evolução na abordagem terapêutica, a morbidade e mortalidade associadas a esta doença permanecem elevadas. O diagnóstico precoce, portanto oferece as melhores chances de impacto sobre esta neoplasia, sendo este embasado na consciência do próprio corpo (incluindo observação e palpação eventuais e sem técnica padrão), sinais de alerta de câncer e mamografia bianual na faixa etária alvo (50 a 69 anos).

Orientações:

- Detecção precoce do câncer de mama significa identificar o tumor no início e procurar consulta médica o mais breve possível para investigação diagnóstica.

- Nódulos palpáveis, retrações ou ulcerações de pele e mamilo, fluxo papilar espontâneo e persistente, unilaterais, de um único ducto e, principalmente, os de aspecto sero-sanguinolento ou incolor (cristalino) devem ser investigadas de forma breve pelo maior risco.

Mamografia

A mamografia é um exame de raios x que serve para identificar um nódulo pequeno na mama, de até 1 mm, ou seja, antes mesmo que a mulher ou seu médico consigam senti-lo com a palpação. A mamografia, quando identifica um "caroço" que vem a ser um tumor maligno, pode ajudar a salvar a vida da mulher, pois uma vez identificado no exame, o nódulo pode ser retirado e a mulher é tratada mais cedo, com mais chances de cura do câncer. O problema é que a mamografia também ajuda os médicos a visualizarem nódulos ou calcificações que não significam câncer: podem ser tumores benignos ou lesões de outro tipo, que não teriam consequências graves para a saúde dela.

A mamografia é recomendada como exame de rastreamento em muitos países, ou seja, um exame realizado de forma sistemática em toda uma população para identificar as pessoas com maior risco para uma doença.

Uma revisão sistemática da Cochrane, que foi publicada em 2013, teve seu resumo agora traduzido pelo Centro Cochrane do Brasil. O trabalho reuniu estudos com mais de 600 mil mulheres, de 39 a 74 anos, e mostrou que o rastreamento por mamografia reduz a mortalidade em 15% em 13 anos de acompanhamento, no grupo de pacientes entre 50 e 69 anos de idade. Porém, ao mesmo tempo, ele faz com que algumas mulheres recebam diagnóstico de que têm um tumor, apesar de o tumor poder não levá-la à morte ou doença grave, e por isso passam por ansiedade e sofrimento desnecessariamente. Mulheres com nódulos de mama podem ter essas lesões removidas por cirurgia desnecessariamente: para cada 2 mil mulheres submetidas ao exame de mamografia de rotina ao longo de 10 anos, 1 morte por câncer da mama será evitada e 10 mulheres saudáveis, que não teriam recebido nenhum diagnóstico se não tivessem feito a mamografia de rotina, serão tratadas desnecessariamente. Isso quer dizer que, ao ter um nódulo identificado pela mamografia, é preciso realizar mais exames para identificar melhor qual é o tipo de lesão e se exige tratamento.

No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que todas as mulheres com 50 anos ou mais façam mamografia de rotina a cada dois anos, independentemente de pedido médico.

Antes dos 50 e depois dos 70 anos de idade, o Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Mundial da Saúde consideram que a mamografia de rotina não traz benefício.

 

Informações: saudedamulher@prefeitura.sp.gov.br

Material educativo do INCA-Instituto Nacional de Câncer

 

Folder

Protocolos

Dados estatísticos

Câncer de colo de útero 

O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV (chamados de tipos oncogênicos).

A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (exame de Papanicolaou), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica desse exame. No caso do exame de Papanicolaou se mostrar alterado, exames complementares serão solicitados para se identificar o tipo de lesão e definir qual o melhor tratamento.

Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil(1).

Essa doença é mais frequente em mulheres que tem início de atividade sexual precoce e múltiplos parceiros, bem como tabagistas (o risco aumenta em proporção ao número de cigarros fumados).

Existe, ainda, um risco aumentado (3 vezes) de se desenvolver câncer de colo de útero em mulheres portadoras de HPV e que utilizam pílula anticoncepcional combinada por mais de cinco anos(2).

A transmissão do HPV é predominantemente sexual. Dessa forma, os métodos de barreira (preservativos masculino e feminino) são a melhor forma de se prevenir o contágio.

A doença tem início lento e geralmente não apresenta sintomas em seus primeiros estágios. Dessa forma, a realização de exames periódicos é a melhor forma de se identificar a doença ainda em seus estágios iniciais.

Vacinação contra o HPV
Desde 2014 o Ministério da Saúde proporciona a administração da vacina tetravalente contra o HPV em meninas de 9 a 14 anos e em meninos de 11 a 14 anos. A administração precoce da vacina é de extrema importância, antes da criança dar início a sua atividade sexual, evitando o contágio precoce e diminuindo o risco de desenvolvimento da doença. Apesar da vacina não abranger todos os sorotipos de HPV, a utilização da mesma pode prevenir até 70% das ocorrências de câncer do colo uterino.

Como podemos ver no Gráfico abaixo, a Taxa de Mortalidade por câncer de colo de útero vem se mantendo praticamente estável nos últimos anos.

Gráfico 1. Taxa de Mortalidade por Câncer do colo do Útero no Município de São Paulo por 1000 óbitos – 2001-2018

A vacina contra o HPV é uma arma eficaz no combate à doença. Entretanto, não abrange todos os sorotipos do vírus. Se não fizermos a nossa parte, com a utilização de preservativos e mantendo um relacionamento seguro, esse indicador pouco vai se alterar.

Referências Bibliográficas

1. INCA – Instituto Nacional de Câncer
2. Aldrighi JM, Aldrighi APS, Petta CA. Contracepção hormonal oral, HPV e risco de câncer cérvico-uterino. Rev. Assoc. Med. Bras. 2002; 48(2)

FOLDERS E PUBLICAÇÕES – INCA

Câncer de colo uterino

Outros Materiais

DIRETRIZES

Protocolo INCA Câncer de Colo 2016