Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento

Terça-feira, 21 de Janeiro de 2025 | Horário: 11:08
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Aniversariante da semana, São Paulo propõe uso de barcos de carga para substituir caminhões

Objetivo é oferecer uma opção sustentável e eficiente ao transporte rodoviário, que hoje representa 57% das emissões de gases de efeito estufa no município

Na semana em que completa 471 anos, imagine a São Paulo do futuro em que o vai e vem incessante de caminhões nas ruas dá lugar à navegação silenciosa sobre os rios da cidade. Essa é a visão do Plano Municipal Hidroviário (PlanHidro SP), que propõe o uso eficiente e sustentável de rios e represas para transporte de passageiros e cargas, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa. De acordo com estimativas iniciais, 60 barcos urbanos de carga poderiam substituir o equivalente a 600 caminhões diariamente na capital. 

Entre as intervenções, o Plano propõe utilizar 180 km navegáveis de hidrovias para o transporte de cargas, como resíduos sólidos e materiais volumosos. O objetivo é reduzir a dependência do transporte rodoviário e melhorar a gestão de resíduos, contribuindo para a preservação da qualidade das águas e do meio ambiente como um todo. Atualmente, o transporte rodoviário representa, por si só, 57% das emissões anuais de gases de efeito estufa do município, ou 93% do setor de Transporte. 

Além de reduzir congestionamentos terrestres e diminuir a emissão de poluentes, o Plano busca conectar áreas periféricas a uma rede de equipamentos públicos já existentes ou outros que serão criados, como Ecoportos e Ecoparques.

Os Ecoportos funcionarão como atracadouros de cargas e passageiros, contando com pontos de entrega voluntária de materiais recicláveis. Além disso, esses locais oferecerão uma nova opção de transporte público, com integração ao sistema de Bilhete Único, proporcionando maior contato da população com águas e áreas verdes. 

Os Ecoparques serão equipamentos públicos voltados para o tratamento de resíduos sólidos, maximizando a recuperação de materiais secos e orgânicos e reduzindo o volume de rejeitos. O objetivo é promover a triagem, reciclagem e valorização dos resíduos, fomentando a economia circular. Uma das suas diretrizes é promover a inclusão social de cooperativas de reciclagem e de catadores. 

Com um horizonte de 30 anos, as ações do Plano devem priorizar inicialmente as represas Billings e Guarapiranga devido à condição de navegabilidade atual, à disponibilidade de terrenos municipais e à relação da população local com a área. Na sequência, ele deve focar nos rios Pinheiros e Tietê, que apresentam desafios técnicos mais complexos, como a qualidade das águas e a profundidade para navegação. 

 

Protagonismo das águas

Com 12,3 milhões de habitantes e tendo o Rio Tietê como seu rio principal, a cidade de São Paulo utilizava suas águas, até meados do século XX, para navegação, esportes e lazer. Nas últimas décadas, porém, o cenário mudou drasticamente. A degradação ambiental trouxe consequências como o assoreamento de rios e reservatórios, enchentes, estiagens severas e o acesso restrito à água.  Inédito na capital, o PlanHidro SP busca resgatar o papel de protagonismo das águas, beneficiando todo o município, e mais diretamente os cerca de 5,7 milhões de habitantes (quase metade da população paulistana) que moram a até 3 km dos corpos hídricos da cidade.  

 

Entenda o Plano Municipal Hidroviário (PlanHidro SP) 

O Plano Municipal Hidroviário (PlanHidro SP) busca promover o desenvolvimento urbano sustentável na capital e integrar políticas públicas relacionadas ao transporte aquático, lazer, ecoturismo e educação ambiental. Ele está sendo aprimorado com a participação da população e projeta uma série de ações a serem implementadas ao longo dos próximos 30 anos. 

A elaboração do PlanHidro SP passou a ser prevista no Plano Diretor Estratégico (PDE) após a Revisão Intermediária ocorrida em 2023 (Lei nº 17.975/2023). Ele está sendo desenvolvido por um Grupo de Trabalho Intersecretarial (GTI) instituído em dezembro de 2023 sob coordenação da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) e composto por outros 17 órgãos municipais, entre eles, a SP Urbanismo. 

 

Processo Participativo

No ano de 2024, a população pode contribuir para o desenvolvimento do Plano através de audiências públicas, consulta pública on-line e reuniões de conselhos municipais. Após a análise e sistematização de todas as sugestões recebidas, a Prefeitura pretende consolidar a versão final do Plano ainda em 2025. Acesse a página

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