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CURSO DIÁLOGOS DECOLONIAIS: KEMET, Métodos, História, e Filosofia Afrikana

Curso • Online

CURSO DIÁLOGOS DECOLONIAIS: KEMET, Métodos, História, e Filosofia Afrikana

Data: 14/05/2025 a 28/05/2025. Quarta-feira
Horário: 18:00 às 20:00

Inscrições feitas no local por ordem de chegada.

Descrição

Este curso baseia-se na necessidade de se pesquisar e entender a complexidade das histórias, ciências, tecnologias e cosmovisões presentes no continente africano. Para tal, no entanto, existe a necessidade de uma sensibilização e também aprofundamento quanto aos métodos e perspectivas: os povos africanos são agentes de sua narrativa e, portanto, devem ser estudados por uma via metodológica que seja condizente com sua ontologia.
Faremos uma exposição da Afrocentricidade como método, para então colocá-la em prática por meio da pesquisa do Antigo Kemet (Egito) e proporcionar um fundamento para a prática decolonial em sala de aula (remota), trocando-se o clichê “tudo vem da Grécia”, para a postura científica honesta de que todas as coisas possuem diferentes origens, sendo a africana, a origem de muitas coisas.

Bibliografia

ANI, Marimba. Yurugu, uma crítica africano centrada do pensamento e comportamento cultural europeu. 1994.
ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade como Crítica do paradigma hegemônico ocidental introdução a uma ideia. 2016.
BENEDICTO, Ricardo Matheus. Afrocentricidade, Educação e Poder uma crítica afrocêntrica ao eurocentrismo no Pensamento Educacional Brasileiro. 2016
BUDGE, E. A. Wallis. The Egyptian Book of the Dead the book of coming forth by day. New York: Chronicles Books. 1994.
C MARA, Giselle Marques. Maat, o princípio ordenador do cosmo egipcio uma reflexão sobre os princípios encerrados pela deusa no Reino Antigo.
DIOP, Cheikh Anta. Origem Africana da Civilização mito ou realidade. 1974.
JAMES, George G. M; Legado roubado. 1954.
MFUNDISHI, Jhutyms Ka en Heru. Spiritual Warriors are Healers. Baltimore: Kera Jhuty Heru Neb-Hu Publishing company.2003.
NASCIMENTO, Elisa Larkin. Afrocentricidade uma abordagem epistemológica inovadora. 2009.
OBENGA, Théophile. Egito História Antiga da Filosofia Africana. 2004.
OLIVA, Anderson Ribeiro. Desafricanizar o Egito, embranquecer Cleópatra: silêncios epistêmicos nas leituras eurocêntricas sobre o Egito em manuais escolares de História no PNLD 2018.
SANTANA, Tigana. A cosmologia africana dos bantu kongo por Bunseki Fu Kiau tradução negra, reflexões e diálogos a partir do Brasil. 2019.
SOUZA, Ana Cristina Ferreira de. Nefertiti. Sacerdotisa, Deusa e Faraó. São Paulo: Madras, 2012.
UNESCO. História Geral da África Volume I Metodologia e pré-história da África. 2010
WILLIAMS, Chancellor. A Destruição da Civilização Preta, grandes questões de uma raça, de 4500 a.C. até 2000 d.C; 1974.
WILKINSON, Richard H. The Complete Gods and Goddesses of Ancient Egypt. London: Thames & Hudson Ltd. 2003.

Conteúdo programático

1. Ensino decolonial
2. Enfrentamento ao racismo
3. Afrocentrismo
4. História e cultura Kemet

 

Dia 1 - 14/05 - Egito Kemet: Metodologias e Perspectivas para o estudo e ensino das Áfricas
A construção de paradigmas epistemológicos - ciência e sua organização - é baseada na ontologia de cada povo, isto é, como ele se considera existente, em sua percepção da própria existência. Desta forma, é crucial este entendimento quando se mesclam perspectivas científicas e espirituais sobre a cultura e legado alheio.
Este primeiro encontro visa entender a metodologia e posicionamento para se estudar de maneira coerente o legado africano, pensando-se que para entender a perspectiva da população africana no mundo, devemos pensá-la como atuante e agente de sua narrativa, que engloba sua própria posição histórica diante de sua história. A negligência com a história africana, ou, por outro lado, o fetiche pelo prazer de seu estudo, são duas facetas da violência, falta de entendimento e tato para com todos estes povos e suas histórias.
Pensando em abarcar este posicionamento teórico - Thiago Iaqeb Ahmose (facilitador), como estudioso do Antigo Kemet (Egito) experimenta a Afrocentricidade como base metodológica. O entendimento é que se dialogue sobre a perspectiva de acesso do “como” estudar este território, tão mal entendido pela academia, mídia e senso comum. Uma organização de sua trajetória desde sua unificação até sua queda.

Dia 2 - 21/05 - A Cosmogonia do Antigo Kemet - uma espiritualidade negra afrikana
Existe uma grande lacuna que expressa o entendimento acerca do que significa a ontologia kamitu (egípcia) presente em sua cosmogonia. Até que ponto o faraó é “deus”? Perguntas como essa apenas expressam uma percepção ignorante sobre como o ocidente se encarrega de nomear e limitar a complexa ciência espiritual do antigo Nilo.
Este encontro busca de maneira didática e objetiva apresentar como o culto aos ancestrais presente no Antigo Kemet esta presente no mito, na politica, na semiótica e ética de cada uma destas mulheres e homens negros que habitaram esta terra há tantos séculos atras. A exposição destas interpretações será colocada por meio do estudo do Neteru, isto é, das entidades kamitu pejorativamente chamadas de “deuses egípcios”.
O encontro não busca ensinar o sistema devocional, mas seu sentido político simbólico para que o público aprenda a prestigiar e respeitar estes ancestrais.

Dia 3 - 28/05 - Filosofia Escrita do Kemet - Ptahotep, Amenemope e Khunanupu
O que conhecemos como a filosofia, em sua possibilidade de discernir, entrelaçar, construir tramas e desfazê-los por meio do confrontar das maneiras cômodas de se estabelecer no mundo não é um comportamento inédito advindo da Grécia, como ciência, principalmente aquela presente em nossa educação escolar nos faz acreditar.
Rekhet, Sebait, Heka, Medu Neter e Sesh são alguns dos conceitos chaves para se compreender que o exercício filosófico foi presente em outras sociedades anteriores, concomitantes e posteriores aos helenos do Mediterrâneo - sendo estas palavras, em especial, presentes na sociedade do Antigo Kemet (Egito).
Este último encontro fará o papel sankofiano de retorno à estas origens - investigando alguns dizeres escritos pelos mês.

Coordenação

Pedro Cardoso Smith 

Facilitação

Thiago Sousa Silva

Thiago Iaqeb Ahmose Escritor afrocentrado, artista plástico e artista de histórias em quadrinhos. Educador e pesquisador do Medu Neter (Hieróglifos, o sistema de escrita do antigo Kemet/Egito). Formado pela mestra Anika Osaze (Nefer Ka Maat) pelo Shrine of Maat, New York. Pesquisador e Educador das tradições e tecnologias científicas, culturais e espirituais do antigo nordeste africano, atuando como educador pela instituição Kasa de Maat. Geógrafo pelo Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia campus São Paulo, com pesquisa no uso de histórias em quadrinhos de sua autoria para o ensino de Geografia da Educação Básica, atualmente pós graduando em Ensino de Geografia (IFSP-SP).

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Sobre

Público: Qualquer pessoa interessada.

Vagas: 60.

Endereço: Av. Quarto Centenário, 1268, Vila Mariana.

Certificado: Presença nos 3 encontros (100% de presença).

Plataforma: Microsoft Teams.

Necessidade de inscrição: Sim.

Observações sobre os dias da semana e horários: 14/05, 21/05 e 28/05.

Inscrições feitas no local por ordem de chegada.