Prefeitura de São Paulo

A geração de resíduos sólidos em uma cidade tão grande como São Paulo implica a disponibilidade de grandes áreas destinadas à deposição desses resíduos, o que fez a PMSP adotar inúmeras práticas que evitem o uso dos aterros sanitários, como, por exemplo, a coleta seletiva. A compostagem é uma dessas soluções, pois evita que a matéria orgânica vá para o aterro sanitário, liberando espaço para outros resíduos. Além disso, a compostagem proporciona a produção de produto de valor ambiental e econômico, o composto, que, além de adubar as plantações e recompor o carbono orgânico do solo, diminui cerca de oito vezes a emissão de gases de efeito estufa relativa à massa orgânica que foi usada na compostagem.

Este foi o tema abordado na última reunião plenária do Comitê Municipal de Mudança do Clima e Ecoeconomia, ligado à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), realizada nesta terça (27), com a presença do Secretário Adjunto do Verde e do Meio Ambiente, Ricardo Viegas. O engenheiro agrônomo responsável pela Coordenação de Resíduos Orgânicos da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (AMLURB), Rafael Golin Galvão (foto abaixo), realizou uma apresentação sobre os Pátios de Compostagem da Cidade de São Paulo. Ele destacou que não se tem conhecimento de pátios de compostagem dentro de áreas urbanas, como é o caso de São Paulo, que já está compostando mais de 30 toneladas de resíduos orgânicos por dia.

Rafael também destacou que uma das razões para o sucesso da iniciativa é que o composto, feito por método aeróbio, não gera odores – de modo que não houve reclamação da vizinhança –, nem gera propagação de vetores de doenças. Uma avaliação feita pela International Solid Waste Association (ISWA) do modelo adotado pela Prefeitura de São Paulo, concluiu que, se comparado com um aterro sanitário, o Pátio de Compostagem da Lapa (que foi o projeto piloto) reduz em 87% a emissão de gases de efeito estufa.

Para ampliar os resultados do projeto inicial da Lapa, já foram implantadas mais duas unidades: Sé e Mooca e, até o final do ano, serão implantadas unidades em Ermelino Matarazzo e São Mateus. Até o final da gestão, serão 15 pátios de compostagem, em consonância com a meta 24 do Programa de Metas 2017 – 2020, que prevê redução de 500 mil toneladas dos resíduos enviados a aterros municipais no período de 4 anos.

O último encontro do ano também abordou a elaboração do novo Inventário de Gases de Efeito Estufa da cidade e do Plano de Ação Climática. O secretário adjunto Ricardo Viegas reiterou o compromisso do prefeito Bruno Covas com a questão climática e solicitou a colaboração dos membros do Comitê para o desenvolvimento desses e de outros trabalhos que apoiem a minimização de emissões e a adoção de medidas de adaptação aos impactos da mudança do clima.