Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente

Sexta-feira, 15 de Novembro de 2019 | Horário: 09:00
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Proclamação da República é muito mais que um feriado

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Uma pintura de soldados e cavalos ao fundo sobreposta por um degradê nas cores verde, amarelo e azul, ao lado esquerdo o emblema da República Brasileira e ao lado direito a seguinte escrita

A história política de um país pode definir também o seu futuro. Por isso, vale a pena compreender o amplo significado do que ocorreu no dia 15 de novembro de 1889 – data da Proclamação da República. Até, efetivamente, determinar a mudança de um regime político – de monarquia para república –, foi uma decisão estratégica para romper com a monarquia.

Quando, 97 anos antes, no dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro I declarou o Brasil independente da coroa portuguesa, tornou-se ele o rei, mantendo a monarquia como regime político. Ao voltar ainda mais no tempo, havia muita insatisfação porque a Coroa Portuguesa objetivava explorar as riquezas do Brasil.

Se havia insatisfação popular com o regime monárquico pela fragilidade de seus representantes, o que acelerou a revisão política no país foi o resultado da Guerra do Paraguai (encerrada em 1870). Além do alto custo do conflito (o país consumiu, nessa guerra, o equivalente a 11 orçamentos anuais, em valores de 1864) e do consequente endividamento junto aos bancos ingleses, o fortalecimento do exército como instituição

A Guerra do Paraguai
Havia, nos anos 1850, um interesse brasileiro pelo controle da Bacia Platina (rios Uruguai, Paraguai e Paraná), já que o principal meio de transporte era o fluvial. Havia, no entanto, um conflito local pela disputa de território; os blancos eram donos das grandes estâncias, liderados por Manuel Oribe e apoiados pelo ditador argentino Juan Manuel Rosas; os colorados eram compostos por comerciantes de Montevidéu, liderados por Frutuoso Rivera e apoiados pelo Brasil.

O conflito foi iniciado quando o Paraguai aprisionou a embarcação brasileira Marquês de Olinda no rio Paraguai por invasão territorial e, em represália, enviou suas tropas (comandadas por Solano Lopez) para invadir o hoje estado de Mato Grosso do Sul, em 26 de dezembro de 1864. Em seguida, Lopez dirigiu suas tropas para o Rio Grande do Sul e Uruguai (para socorrer os blancos) e pediu que o governo argentino liberasse o acesso pela cidade de Corrientes. O pedido foi negado e Lopez tratou de declarar guerra à Argentina, ação que levou à formação da Tríplice Aliança, em 1º de maio de 1865, unindo Brasil, Argentina e os colorados uruguaios.

Em junho de 1865, durante a Batalha Naval de Riachuelo, a Marinha Brasileira conseguiu destruir boa parte da frota paraguaia, garantindo o controle das águas platinas e isolando o inimigo, contribuindo para o fim do certame, em 1870. Só que, àquela altura, a guerra tinha representado altíssimo custo (o equivalente a onze orçamentos do país), alto endividamento junto aos bancos ingleses e a evidência política do exército a ofuscar a já enfraquecida monarquia.

Militares e o poder
Além do quadro da guerra, os militares republicanos aproveitaram outros “motivos” para agilizar a queda da monarquia: era o último país da América do Sul sob o regime monárquico; a abolição da escravatura havia sido declarada um ano atrás; a sucessão de Pedro II era um risco porque, como ele não teve filhos, sua herdeira direta, a princesa Isabel, casada com o francês Gastão de Orléans, poderia representar um retorno do trono a uma nação estrangeira.

O Senador Visconde do Ouro Preto, então chefe do gabinete ministerial do Império, ainda tentou salvar o Império, propondo reformas profundas como meio de aplacar as insatisfações, que incluíam a Igreja (interferência de Dl Pedro II nas decisões eclesiásticas); os grandes proprietários (pela perda da mão de obra escrava, com a Lei Áurea); e a classe média urbana (que buscava mais poder de decisão e mais liberdade econômica).

Com o objetivo de combater Ouro Preto, o então herói da Guerra do Paraguai e militar monarquista, Marechal Deodoro da Fonseca, foi quem proclamou a República. Adoecido, esperava que as forças do Império impedissem o gesto. No entanto, a iniciativa prosperou. O Governo Republicano Provisório foi ocupado pelo próprio Deodoro da Fonseca (Presidente), ao lado do Marechal Floriano Peixoto (vice-presidente) dos ministros Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Sales, Aristides Lobo, Demétrio Ribeiro e Almirante Eduardo Wandenkolk.

 

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