Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente

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Domingo, 10 de Novembro de 2019 | Horário: 08:00
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Morcegos não são vilões, mas heróis da natureza

Apesar do aspecto e dos hábitos, este mamífero voador contribui bastante com a biodiversidade.


O aspecto visual deste mamífero não ajuda muito a torná-lo simpático. O quadro se complica ainda mais quando sua imagem é associada a coisas obscuras, como o “nascimento” do herói dos quadrinhos Batman (no filme, após perder os pais, ele se refugia em uma caverna repleta de morcegos e assume sua personagem “dark”). A verdade é que esses mocinhos de vida noturna não são assim tão maus...

O maior mito seria a característica “vampiresca” pelo fato de apenas uma espécie se alimentar de sangue humano. Outras duas espécies se alimentam de sangue de mamíferos e aves. As hematófagas (que se alimentam de sangue) ocorrem inclusive no Brasil, mas estamos falando de três das 1.411 espécies. Para se alimentar, eles apenas realizam um pequeno corte em “V” na pele do animal, sorvendo o líquido por meio de lambidas (portanto, não “chupam” seu sangue).

Ainda assim, esses mamíferos, segundo recente estudo científico, são em verdade valiosos predadores de, pelo menos, dez pragas agrícolas, vetores de doenças animais, e mosquitos que são vetores de doenças transmissíveis aos humanos, como a malária.

Já seu sistema natural de sonar inspirou o homem a inventar os radares. Embora tenham uma visão aguçada (não, não são cegos!), estes mamíferos voadores (os únicos nessa categoria) possuem um sistema de ecolocalização, em que sons são emitidos pela boca e nariz. O som propagado “volta” ao bater em obstáculos, indicando a distância e a direção do objeto até o animal.

Morcegos no parque
Há duas subordens de morcego: a dos megachiroptera (animais de médio a grande porte, encontrados na África, Índia, Ásia e Austrália) e a dos microchiroptera (de menor porte, encontrados no brasil). Há morcegos que só se alimentam do néctar das flores (nectarívoros), contribuindo com a polinização, e aqueles que se alimentam de frutos (frugívoros), auxiliando na dispersão e plantio de sementes; muitas árvores e florestas dependem dessas funções para sua sobrevivência.

Em São Paulo, técnicos da Divisão da Fauna Silvestre da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) e da divisão de vigilância em Zoonoses (DVZ, antigo CCZ) da Secretaria Municipal da Saúde realizam expedições nas áreas verdes para registro das espécies e vigilância de doenças. Durante a mais recente, realizada no parque Cidade de Toronto, foi possível identificar as espécies que ocorrem e coletar material biológico (sangue, saliva e fezes) enviado para exames na Universidade de São Paulo.

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