Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente
Parque Linear Nove de Julho ganha corredor ecológico ao longo de uma década
O Linear Nove de Julho, implantado em 2011 às margens da Represa de Guarapiranga, ganhou um corredor ecológico ao longo da última década com seu novo projeto de arborização. Atualmente, o parque conta com cerca de 380 mil m² e é umas das áreas mais ricas em biodiversidade do Município de São Paulo.
A administração e o conselho gestor da época de sua inauguração elaboraram um plano de uma faixa de vegetação ligando fragmentos florestais, proporcionando à fauna o livre trânsito entre as áreas protegidas no entorno da represa e, assim, também protegendo os recursos hídricos.O projeto foi orientado e continuado pelo engenheiro agrônomo Raul Azevedo da SVMA.
O maior desafio na realização do projeto foi o fato do parque estar em uma área inundável. Nos períodos de cheia a água ocupa quase todo o seu espaço, e o contato intenso com a umidade prejudica boa parte das árvores. A solução foi o plantio de espécies típicas a esses ambientes. Também foi ampliada a arborização das áreas de convívio e lazer, que antes não possuíam sombras e hoje contam com árvores em desenvolvimento.
O diretor de parques urbanos da SVMA, Vinícius Almeida, desenvolveu seu mestrado em Ciências Ambientais na Universidade de São Paulo, sobre Redes de Espaços Conservados em Áreas de Mananciais para Sustentação da Paisagem, da Biodiversidade e suas funções Socioambientais. Em sua dissertação ele afirma: “a questão principal da pesquisa é o potencial de integração de redes onde é possível que um espaço de valor ecológico possa estar em uma posição estratégica para configuração de uma Infraestrutura Verde, que por sua vez deve observar, essencialmente, o grau de degradação e fragmentação de uma paisagem e ter como um de seus fins conservar e recuperar aquilo que é essencial para o seu funcionamento”.
O Parque Linear Nove de Julho é composto por “campos de várzea”, uma típica vegetação rasteira, mais resistente às inundações, que passou de 76,8% da área total do parque em 2011 para 80,8% em 2022. Além disso, nos primeiros anos após sua implantação, apenas 2,5% de sua área era arborizada. Com mudas plantadas e o crescimento delas, o número saltou para 11,67%. Assim, mais de 90% da área do parque é constituída por cobertura arbórea e campos de várzea, e menos de 1% por espaços impermeabilizáveis.
As áreas de várzea eram uma paisagem marcante na cidade até o início do século XX, conhecidas como “pantanais paulistanos”, muito comum antes nas regiões próximas dos Rios Pinheiros, Tietê e Tamanduateí.
O parque é considerado um dos principais pontos de biodiversidade de São Paulo. Em 2011 cerca de 170 espécies de animais foram catalogadas, hoje já são 280 de acordo com o Inventário de Fauna do Município.
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